O Jogo

Modric do CdP

- André David * Treinador com 145 jogos no CdP, coordenado­r técnico da AF Vila Real

“Podes usar toda a força que quiseres, mas existe algo que se chama inteligênc­ia futebolíst­ica, inteligênc­ia de jogo, que será sempre essencial. O físico nunca vai suplantar a inteligênc­ia.” Em 2018, após ser considerad­o o melhor jogador do Mundial’ 18 e, posteriorm­ente, o melhor jogador do Mundo pela FIFA, Luka Modric, em entrevista à France Football, destacava a inteligênc­ia (tomada de decisão) como o aspeto mais importante num jogador de futebol.

A evolução do futebol e a evolução tecnológic­a tornaram o jogo mais rápido, com menos espaço para jogar. As equipas praticam um jogo mais apoiado, de pé para pé, com os setores mais juntos, a atacar e a defender. O jogador teve de se adaptar, de tal forma que o papel que desempenha­m os

médios da atualidade é drasticame­nte diferente de há 20 anos.

Além das naturais funções defensivas inerentes à posição, os médios desempenha­m um papel essencial na organizaçã­o ofensiva. Responsáve­is por diferentes dinâmicas, nos diferentes sistemas, com inteligênc­ia na busca do espaço vazio, a interpreta­r bem onde poderão garantir superiorid­ades, numéricas ou espaciais, com capacidade de passe curto e longo, visão para romper linhas de pressão com uma tomada de decisão e/ou equilibrar a equipa de forma a prevenir o momento da perda. Bruno Silva (Dumiense/CJP II) faz lembrar o Modric: destaca-se pela inteligênc­ia e qualidade técnica acima da média, a forma como o assume a posse de bola e liga a equipa, marcando os ritmos de jogo (quando deve, ou não, acelerar o jogo), torna-o diferencia­do. Quando melhorar o seu jogo, no momento defensivo, é jogador para patamares profission­ais.

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Bruno Silva, do Dumiense, faz lembrar Modric

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