O Jogo

MP PEDE PRISÃO PARA MACACO

PRETORIANO Medidas de coação serão conhecidas esta tarde, enquanto o FC Porto estiver a jogar com o Santa Clara

- CARLOS GOUVEIA

Procurador­a considera Madureira líder do grupo que criou clima de intimidaçã­o e violência na AG. Hugo “Polaco” também pode continuar detido e Vítor Catão em prisão domiciliár­ia.

●●● Coincidênc­ia ou não, será enquanto o FC Porto estiver a disputar com o Santa Clara um lugar nas meias-finais da Taça de Portugal que Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, irá saber se vai ficar a aguardar julgamento em prisão preventiva, conforme requer o Ministério Público (MP). Os 12 elementos detidos na semana passada, no âmbito da Operação Pretoriano, estão convocados para se apresentar­em no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto a partir das 16 horas para conhecerem as decisões do juiz Pedro Miguel Vieira. Do referido grupo de arguidos, apenas três não ficaram em liberdade: Fernando Madureira, Hugo Carneiro “Polaco” e Vítor Catão.

A promoção do MP, etapa na qual a procurador­a fundamento­u os crimes pelos quais cada arguido deve ser indiciado (ver peça ao lado), foi feita ontem de manhã. Macaco – indiciado pelos crimes de ofensas à integridad­e física, coação agravada, ameaça, além de instigação pública a um crime e arremesso de objeto – e Hugo “Polaco” arriscam ficar em prisão preventiva, enquanto Vítor Catão (que optou por não prestar declaraçõe­s) em prisão domiciliár­ia. De resto, todos os outros arguidos, incluindo Sandra Madureira, esposa de Fernando, deverão aguardar julgamento em liberdade, mas obrigados a apresentaç­ões periódicas às autoridade­s e sem poderem contactar entre si. Isto se o juiz Pedro Miguel Vieira “aceitar” a promoção do MP, sendo que também é improvável que a agrave. Em causa estão crimes de ofensa à integridad­e física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecime­nto relacionad­o com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação. A procurador­a terá considerad­o que Fernando Madureira e Hugo “Polaco” foram os responsáve­is por organizar o clima de terror que se viveu na Assembleia Geral do FC Porto e que Vítor Catão terá sido “aliciado” pelo líder da claque.

Ao início da tarde de ontem, os advogados apresentar­am as respetivas posições ao juiz, procurando atenuar a situação do respetivo constituin­te. Só então ficou a saber-se que as medidas apenas seriam conhecidas hoje, até porque o juiz tem em mãos uma fundamenta­ção jurídica naturalmen­te complexa, por estarem 12 arguidos envolvidos. Entretanto, ordenou a libertação de seis deles, sobre os quais o MP não pediu medidas de coação privativas da liberdade.

Sendo assim, às 18 horas abandonara­m a esquadra da Bela Vista Fernando Saúl, Hugo Loureiro, José Pereira e os dois Vítor Oliveira (pai e filho). Saíram todos com a cara tapada e à espera tinham dezenas de familiares e amigos. “A libertação do meu cliente era esperada e justa. Ele explicou tudo e se alguma dúvida houvesse foi descartada pela forma como explicou. Já estava à espera que saísse em liberdade”, referiu Cristiana Carvalho, advogada de Saúl, o oficial de ligação aos adeptos do FC Porto.

Sandra Madureira solta, mas sem poder ir à bola António Sá e Tiago Aguiar (indiciados apenas por ofensa à integridad­e física) e Carlos Nunes “Jamaica”, recorde-se, já tinham sido libertados no sábado, pelo que só Vítor Catão passou esta noite na prisão da Bela Vista – Macaco ficou em Santo

HORAS 16

Arguidos e advogados foram chamados ao TIC para conhecerem as medidas de coação à hora do pontapé de saída do Santa Clara-FC Porto

T ir so–eé de lá que será encaminhad­o para o TI C paras aber se o juiz mantém a sugestão do MP de lhe aplicar a prisão domiciliár­ia com vigilância eletrónica.

Por volta das 19h25, foi a vez de Sandra Madureira deixar a esquadra de Santo Tirso, onde estava detida há quase uma semana. Sentada no banco de trás do carro do seu advogado, Miguel Marques Oliveira, e com um casaco a tapar a cara, a v ice-presidente dos Super Dragões seguiu para casa, em Vila Nova de Gaia. O MP pede, como medidas de coação, a interdição de acesso a recintos desportivo­s, obrigação de apresentaç­ão na PSP em dias de jogos internacio­nais, proibição de aproximaçã­o a recintos desportivo­s desde 30 dias antes do evento, proibição de contactos com arguidos (exceto o marido) e testemunha­s e, ainda, proibição de frequência da sede da claque portista.

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