DITADURA REFINADA NOS PÉS DE ZALAZAR
BRAGA Génio à solta, encanto a disparar e mais um jogo grande em Alvalade a pedir sinfonia ao piano e geometria nas quatro linhas
O Braga foi surpreendido pelo mais recente mapa de castigos, no que é a aplicação de multas, sendo certo que o clube vai recorrer dos 1275 euros definidos por episódio registado na receção ao Chaves. O Braga foi punido pela claque ter apresentado uma tarja ofensiva ao seu presidente e de dimensões superiores ao permitido. “Vozes de trolha não chegam ao céu...”, lia-se.
Influência do uruguaio, pejada de classe, cresce de jogo para jogo, plasmada em remates certeiros e assistências, tendo já igualado o número de ações de golo no Schalke 04, em 2021/22: 12.
Rodrigo Zalazar tomou a batuta,soltouogénioetemcomandado o Braga com serviço de excelência, música afinada, senhor de notas inspiradoras nos dedos das mãos, ao piano, e geometria precisa na ponta da chuteira, parecendo fácil tirar partido da meia distância e de uma visão raio-x, descodificando os trincos secretos da ligação às balizas adversárias. Aviragemdeanotrouxeàcena omelhorZalazar,quedesde30 de dezembro deixou um contributo de nove ações de golo em nove jogos, somando quatro golos e cinco assistências, a última delas nos sofridos três pontos conquistados frente ao Moreirense.
Igualou já o seu melhor saldo de relação direta com golos, alcançado em 2021/22, como craque do Schalke, quando encerrou
1823
a época com sete golos e cinco assistências, contando, nesta altura, com quatro golos e oito passes mortíferos pelos guerreiros.
O comportamento de Zalazar tem sido notável, ao ponto de ter assistido nos dois jogos feitos na final-four da Taça da Liga, comemorando em Leiria o seu primeiro título no Minho, um prémio já a um impacto crescente na equipa, ajudandotambémnaconquista de pontos na Liga, que mantêm o Braga na peugada dos ditos grandes.
Aos 24 anos, o internacional uruguaio ganhou a aposta na vinda para Portugal, encantou a Pedreira por um vibrante recital técnico, não deixando de se entregar de alma e coração a cada jogo. Depois de ter marcado na Luz, na derrota por 3-2, na Taça de Portugal, é de Zalazar, olhando ao momento atual - destacando-se largamente do resto da orquestra contra o Moreirense -, que se esperam grandes pinturas em Alvalade,jáqueomédio-ofensivo assumiu o protagonismo na equipa por cima de Bruma, Álvaro Djaló ou Ricardo Horta, que exerceram maior influência noutras fases. Procurando
desenhar ao piano a paisagem sonora de um assalto ao terceiro lugar, mira que partilhou na gala Legião de Ouro, e que ficou mais visível por descuido portista, Zalazar aspira nova desfeita ao leão, após ter oferecido a Abel Ruiz o golo que afastou os verdes da final da Taça da Liga.
Os minutos de utilização do médio uruguaio colocam-no como o oitavo atleta com mais tempo de jogo em Braga, tendo sido titular em 21 dos 33 encontros dos guerreiros