CANTOS CONTRA SÃO LACUNA A CORRIGIR
Na derrota por 3-0 sofrida na Luz, dois dos golos resultaram de cantos e os gilistas passaram a ser a equipa com mais tentos sofridos neste tipo de lances
Paulo Alves, treinador campeão da II Liga pelo Gil Vicente e Moreirense, considera que este defeito da equipa se deve, entre outros motivos, à componente física e à inexperiência de muitos jogadores .
O Gil Vicente é a equipa da I Liga com mais golos sofridos de canto, oito, tendo dois deles entrado diretamente na baliza. Esta lacuna ficou evidente no jogo de domingo, no Estádio da Luz, frente ao Benfica, no qual a equipa de Vítor Campelos mostrou uma gritante desconcentração no primeiro golo das águias, quando Arthur Cabral apareceu completamente isolado. No final, Vítor Campelos defendeu que os seus jogadores até são fortes nesse tipo de lances, mas reconheceu que algo terá que ser corrigido nos próximos encontros.
Convidado por O JOGO a analisar este calcanhar de Aquiles, Paulo Alves, treinador do Lugo, do terceiro escalão espanhol, e campeão da II Liga pelo Moreirense na época passada, defendeu a equipa técnica. “Antes de mais, quero dizer que não é de certeza por falta de treino, uma vez que as equipas técnicas hoje em dia dão cada vez mais importância a estes momentos, porque defensiva ou ofensivamente pode estar aí a chave de um qualquer jogo”, sublinhou, partindo para alguns dos problemas que estarão na origem desta fragilidade. “Nota-se claramente que o Gil não é muito imponente em termos físicos, o que pode resultar em alguma falta de agressividade. Depois, temos a juventude de alguns elementos, como o Zé Carlos, o Gabriel, o Buta ou o Castillo, que é algo muito explorado pelos adversários”. Além disso, Paulo Alves, que conquistou o título de campeão da II Liga pelo Gil Vicente, em 2010/11, abordou os cantos a favor dos gilistas, pouco aproveitados nos últimos jogos. “É um lance em que se utiliza muito o pontade-lança, pelo jogo aéreo e poderio físico que tem, mas, nos últimos jogos, o Gil tem apresentado uma frente de ataque muito móvel, com Félix, Murilo, Dominguez e Fujimoto, jogadores que no aspeto físico não têm muita relevância”, analisou, destacando que “sobra Rúben Fernandes, com toda a experiência e determinação nesses lances, mas que é curto”. Por fim, Paulo Alves abordou a importância do guarda-redes, considerando que Andrew tem “um potencial incrível na leitura de alguns lances, mas revela ainda alguma inexperiência”.