VIKING TOMA O CASTELO DE ASSALTO
Dois golos e uma assistência de Gyokeres, para Pedro Gonçalves, fizeram a história de uma vitória que valeu aos leões o regresso às meias- finais da Taça
Uma primeira parte praticamente de sentido único encaminhou a eliminatória para o Sporting. Leirienses foram perdulários no início da segunda metade e não reabriram a discussão.
Já se vai tornando repetitivo elogiar Viktor Gyokeres mas não há como fugir aos adjetivos.O atacante sueco, qual comandante de um grupo de guerreiros vikings, trouxe a armada leonina Lis acima, liderou o assalto ao castelo e no fim banqueteou-se com os despojos da batalha frente à União de Leiria, para a Taça de Portugal.
Num embate entre o 13.º classificado da II liga e o 2.º da I (podendo ser líder quando disputar o jogo que temem atraso frente ao Famalicão), a lógica imperou, vencendo, por 3-0, a melhor equipa no jogo e sobretudo a que tem mais e melhores argumentos: o Sporting.
Vasco Botelho procurou contrariar o poderio dos leõesnum 5-3-2quetentava reduziros espaços para Gyokeres atacar a profundidade. Contudo, o Sporting tem hoje em dia várias formas de assaltar balizas. Com Hjulmand e Pedro Gonçalves muito mecanizados na linha intermédia – o dinamarquês parece um polvo de oito pernas, cortando tudo e jogando simples e de forma inteligente –, a largura era dada pelos elétricos Geny e Nuno Santos, permitindo que Edwards e Trincão jogassem mais por dentro, ora procurando jogar nas tabelas com Gyokeres, ora combinando com os alas. O sueco, logo aos 5’, perdeu ocasião soberana, atirando ao poste após cruzamento bem medido de Nuno Santos. Um lance que serviu de aviso.
O Leiria tentou, até de forma precipitada, colocar sempre a bola rapidamente nos seus avançados, mas à exceção de um lance aos 27’, em que Jair Silva fugiu a Quaresma, daí não resultou qualquer perigo. Já as investidas leoninas foram fazendo adivinhar um golo mais cedo ou mais tarde. Curiosamente, chegaria num cabeceamento deGyokeres após um canto, instantes depoisdos locais celebrarem a reversão de um penálti favorável aos forasteiros. Um golpe duro para a União de Leiria que seria novamente castigada cinco minutos depois. Este um lance clássico da equipa deAmorim: passe rápido, e inteligente, de Nuno Santos a solicitar o ataque à profundidade de Gyokeres e sueco a oferecer a Pedro Gonçalves a oportunidade de fazer um dos seus já famosos “passes” para as redes.
O intervalo foi bom conselheiro para Vasco Botelho que sem mexer no onze alterou a forma de jogar da sua equipa, adiantando Lucho Vega para disporoconjuntoem3x4x3. Ligeira mudança, em teoria, mas com significativo impacto nos minutos após o recomeço. Fosse por algum abrandamento dos leões ou melhor leitura de jogo do Leiria, a verdade é que este criou em poucos minutos duas grandes ocasiões para relançar a partida. A perdida de Jair Silva, aos 49’, roçou o escandaloso–comode resto adeTrincão pouco depois –, já a de Lucho Vega, aos 55’, teve mais a ver com o mérito de Franco Israel, na forma veloz com que saiu a fazer a mancha.
O Sporting acusou o aviso e reencontrou o ritmo e posicionamentos certos para controlar a partida. As primeiras mexidas, também deram maior solidez e quase de imediato chegou o terceiro golo, que arrumou definitivamentecom a questão. Gyokeres, novamente de cabeça, após canto de Edwards, coroou a boa exibição. Seguem-se as meias-finais,adisputarcomovencedor do Vizela-Benfica.