“Favorito é uma palavra muito grande”
Selecionador aplaude a mudança de formato. O poder da Croácia, o faro de Lewandowski e a melhor Escócia dos últimos 20 anos
Roberto Martínez fez para O JOGO a análise ao sorteio e aos adversários. Falou ainda dos jogadores, das suas escolhas e do Europeu da Alemanha, salientando que o estágio de março será essencial para as decisões.
Com que impressões ficou do sorteio?
—Em primeiro lugar saliento o novo formato, que é muito positivo. Ter duas equipas a passarem à próxima fase é muito interessante.Éumtorneiodecinco estágios, uma competição que implica muitas vezes mudançasdebalneárioeoscilações em momentos de forma. Será um bom teste para o futebol portuguêsemgeraleparaogrupo de jogadores que podem jogar com a nossa camisola.
Como avalia os adversários?
—A Croácia é uma equipa com uma qualidade técnica elevada, uma geração de ouro do seu futebol. Teremos um jogo amigável em breve e será muito bom para preparar o Europeu. Os jogos da Liga das Nações são diferentes, mas igualmente importantes. A Polónia é uma seleção competitiva, que tem um dos melhores atacantes da história do futebol polaco. Lewandowski pode marcar em qualquer jogo, impõe respeito. A Escócia está, com Steve Clarke, a construir uma equipa competitiva. Ganhou à Espanha em Hampden e voltou a um Europeu depois de muitos anos de ausência. Esta é a melhor Escócia dos últimos 20 anos. É um grupo interessante para desfrutar com os adeptos e também viajar e sair, jogando por exemplo num estádio espetacular na Polónia e num ambiente especial em Hampden.
Portugal evita adversários poderosos, como Itália, França, Alemanha e Espanha. Ficou aliviado?
—Todasasequipascontraquem poderíamos jogar têm condições para estar na Liga A. A Croácia esteve na final da última Liga das Naçóes, perdeu nos penáltis. É, neste momento, de um patamar superlativo.
Dalic disse que Portugal é um dos favoritos no Euro. Retribui o elogio?
—A palavra favorito é muito grande.NãoháfavoritosnoEuropeu. Há um grupo de seleções que podem ganhar jogos. Os três primeiros desafios são importantes para as equipas crescerem. Croácia, Inglaterra, França, Bélgica, Espanha e Itália são equipas competitivas que gostam destes torneios. Não há favoritos.
Tem um grupo alargado de jogadores. As dúvidas aumentam com a aproximação do momento de tomar decisões?
—O estágio de março será essencial. A porta está aberta. Tivemos um apuramento impecável, mas agora precisamos de finalizar a nossa lista. Também estamos de olho na equipa do Rui Jorge nos Sub-21, que também é importante. Estou a acompanhar de perto e o João Neves é um exemplo disso. Precisamos de trabalhar nessa linha. Temos dois grupos importantes de jogadores, com muitas valências diferentes. Estamos a acompanhar os momentosdeformapara,emmarço, darmos um passo em frente para tomar as decisões.
Já viu dezenas de jogos e em Paris viu mais um. O que achou de Danilo, Vitinha e Gonçalo Ramos?
—Gostei muito do jogo. Danilo Pereira teve um desempenho muito interessante e teve várias situações no um para um. Trabalhou bem defensivamente e marcou um golo. Vitinha está a crescer muito. Está a ser a melhor época dele. Gonçalo está numa situação difícil, mas gostei muito da sua atitude, trabalho e da forma como acabou o jogo. Marcou um golo e mostrou que está a utilizar este momento difícil para melhorar, o que para nós é muito importante.
Falou com Nuno Mendes?
—Sim. Está a treinar com a equipa e temos a informação de que está a evoluir muito bem. Vamos vê-lo em breve a jogar, o que é uma boa notícia.
Como vê o momento de Joao Félix no Barcelona?
—Tem uma lesão, mas vimos com agrado os seus primeiros meses e a sua entrada muito positiva. É um jogador importante no balneário. Espero que recupere rápido e que em março possa estar na Seleção. Está muito comprometido num projeto de grande exigência, o que é sempre positivo.