A Liga das Nações tinha dado jeito
A próxima edição da Liga das Nações chega tarde para testar uma seleção que ainda não enfrentou obstáculos à sua dimensão. A final four da anterior teria sido útil para isso.
Antes de se preocupar com a Liga das Nações, sorteada ontem, Portugal tem um Europeu para disputar. É, naturalmente, aí que estão concentradas as atenções de Roberto Martínez, que ainda ontem voltou a sublinhar a importância do estágio e dos particulares de março para fechar a lista de convocados para o Euro. Mas o selecionador também falou da necessidade de Portugal continuar a crescer como equipa, enfrentando as melhores seleções da Europa. Ora, a próxima Liga das Nações chega tarde para o garantir antes do Europeu. Mas teria sido importante, por exemplo, ter assegurado a participação na final four da última edição da prova. Portugal conseguiu um apuramento imaculado para o Europeu, bateu recordes de pontos e conseguiu goleadas históricas, mas deixou sem resposta a dúvida inicial sobre a capacidade para lidar com adversários que sejam capazes de olhar para a Seleção olhos nos olhos, que lhe coloquem desafios não apenas no ataque, mas também na defesa. A final four da Liga das Nações, disputada em junho do ano passado, teria sido um bom teste de esforço para a equipa de Roberto Martínez, permitindo ao selecionador avaliar sistemas alternativos e, sobretudo, perceber debilidades a tempo de as atacar e resolver. Uma tarefa adiada para os particulares de março e junho, frente a equipas como a Eslovénia e a Croácia, que também têm lugar no Europeu. Talvez aí, sobretudo frente aos croatas, se perceba melhor exatamente em que posição se pode colocar Portugal na hierarquia dos favoritos ao título. Ao do Europeu, primeiro, e ao da Liga das Nações, a seguir.