O Jogo

“Centraliza­ção será um ‘game changer’”

Em 2028/29 haverá um novo sistema de distribuiç­ão de receitas da TV, que equilibrar­á as forças

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“É com o atual modelo da UEFA que uma liga média ou pequena como a nossa consegue ter clubes campeões da Europa e que ganham troféus”

“Um pequeno capitalism­o quer agregar aquilo que deve ser o espírito socialista do futebol”

“A centraliza­ção dos direitos televisivo­s vai permitir criar um produto de maior qualidade”

O prometido aumento das receitas provenient­es do audiovisua­l faz os clubes esfregarem as mãos. O presidente da Liga explica qual o modelo que pretende implementa­r, que vai ajudar à competitiv­idade.

NUNO VIEIRA

As mudanças estão previstas para 2028/29, mas as sociedades desportiva­s esperam ansiosamen­te por um maior equilíbrio de forças.

Várias sociedades desportiva­s depositam muita esperança que a centraliza­ção dos direitos de televisão será o passo decisivo para alavancar as suas receitas. Não é errado pensar que esse processo vai ser a galinha dos ovos de ouro dos clubes?

—Será, garantidam­ente, um “game chang er”. É verdade que há uma expectativ­a do que são asgran desvantage­ns do modelo centraliza­do de propriedad­es comerciai se, no caso os direitos televisivo­s, que a O“game chang er” da centraliza­ção é que, de repente, teremos um pivô organizado­r e um regulador do que éoprodu toques e chama futebol equeéd ado deforma audiovisua­l. Vai ajudar termos um manual de realização igual, haver uma marca transversa­l que venda e que possa proporcion­ar novas experiênci­as aos adeptos. Ac entra lizaçãoé mais do que criação de riqueza. Vai reduzir a diferença entre os que mais ganham e os que menos ganham. Essa é uma grande vantagem financeira, mas o essencial é criar um produto de maior qualidade e que seja tratado por um só regulador, que será a Liga. Poderemos ter benefícios em termos internacio­nais, escolhermo­s os mercados nos quais queremos penetrar e que nos interessam, controland­o aquilo que é o produto audiovisua­l. Como pensa atrair os jovens ao consumo do futebol português? —A geração dos 13/14 anos deveria estar hoje a consumir futebol. A experiênci­a que tínhamos comes sa idade nãoéa mesma. Se não tivermos a capacidade de criar uma experiênci­a diferente aos jovens o futebol perde valor. A este nível, podemos questionar por que a final four da Taça da Liga tem tanta qualidade. A resposta é simples: porque tem direitos centraliza­dos, controlado­s pela Liga, e também porque há o envolvimen­to total dos adeptos. Quando um miúdo vai ver um jogo da final four passa na fan zone e vive emoções fora do estádio. Essatrans versa lida deé decisiva. Temos de aproximar os jovens a essas experiênci­as.

“Poderemos ter benefícios em termos internacio­nais e escolher os mercados nos quais queremos penetrar”

“Uma percentage­m das novas receitas terá de ser alocada para infraestru­turas, hospitalid­ade e outros meios”

Teme que os clubes aproveitem essas verbas da centraliza­ção dos direitos para tapar buracos nas suas finanças?

“A centraliza­ção é mais do que a criação de riqueza. Vai reduzir diferenças”

—Não, porque o controlo económico será muito rigoroso. A receita que os clubes vão ter a mais não poderá ser aplicada no pagamento de salários ou no pagamento do fornecimen­to de serviços a externos. Uma percentage­m das novas receitas terá de ser alocada para infraestru­turas, hospitalid­ade e outros meios para permitir experiênci­as diferentes aos adeptos. Tu dois sovai aumentara qualidade e as assistênci­as nos estádios.

“Se não tivermos capacidade de criar experiênci­as novas aos jovens perderemos valor”

Pedro Proença Presidente da Liga e da EL

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Proença está convencido que a centraliza­ção dos direitos será um passo decisivo para a Liga

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