O Jogo

Borges: das lágrimas ao gosto pela irreverênc­ia

CRESCIMENT­O Extremo explicou os desafios que teve de superar na adolescênc­ia, a mudança de vida de Lisboa para o Porto e a forma como modelou o estilo de jogo

- ANA LUÍSA MAGALHÃES CARLOS GOUVEIA

Em entrevista à sua assessoria de Imprensa, Gonçalo contou que chorava muitas vezes com as saudades e que o apoio do pai foi fundamenta­l. No FC Porto, vê uma “família” com a qual se identifica.

Numa entrevista à sua assessoria de Imprensa a que O JOGO teve acesso em exclusivo, Gonçalo Borges abriu o baú das memórias para explicar a pessoa e jogador que é hoje e o que quer conquistar. “A minha caminhada tem muita superação. Muitos obstáculos, situações delicadas para um rapaz novo lidar, mas com as pessoas que tenho ao meu redor fomos conseguind­o superar”, começou por dizer o extremo de 22 anos, que aos 15 trocou Lisboa e o Benfica pelo FC Porto. Na casa do Dragão encontrou uma“família ”, mas ade sangue ficou longe .“Falo disto muitas vezes com eles, saí de casa cedo e ligava muitas vezes ao meu pai a chorar a pedir para me deixar voltar a casa. Ele foi forte e pediu-me calma. Apesar de ter sido bem recebido na casa do Dragão, adoro toda a gente de lá. Era um menino muito ligado à família e naquela fase tão precoce sair de casa sem as bases não foi nada fácil. Muita superação e apoio do meu pai. Sem ele a indicar-me o caminho não seria o que sou hoje”, recordou Borges, plenamente identifica­do com as cores que passou a representa­r: “Jogar no FC Porto significa ser eu mesmo, entregar aos adeptos o que eu sou. Preenche-me muito estar neste estádio, ir à cidade e ver o carinho dos adeptos. Estou a viver um sonho e espero continuar por muito mais tempo”.

Gonçalo recordou o acompanham­ento“fundamenta­l” que recebeu de psicólogos de“grande nível” e o“muito trabalho específico” na formação. “Às vezes sozinho, porque ia mais cedo fazer finalizaçõ­es e cruzamento­s. Houve um trabalho para comigo muito interessan­te”, explicou, convicto que todo este trabalho o fez ser “um jogador diferente”. “O talento sempre tive, é algo natural, mas o Gonçalo que existe hoje é trabalhado. Passou por uma fase de maturidade na compreensã­o do jogo, mas sobretudo do meu talento. Quando cheguei a esta casa, apreendi muito a lidar com o meu talento porque tive treinadore­s e colegas que diziam ‘joga à bola, passa a bola ’. Diziam que era egoísta mas é completame­nte o oposto, quem me conhece for ado campo ... M asse pensava misso de mim, se calhar tinha de mudar alguma coisa. O Gonçalo de hoje aprendeu a lidar com a adversidad­e e as críticas. Uso-as para ser melhor”, referiu o jogador, que também teve desafios para superar no primeiro ano no futebol profission­al, na equipa B: “Houve momentos em que pensei: ‘porque é que o meu futebol não surge? Que se passa?’. Foi ter de compreende­r o que se passava”. Certo que o “futebol está cada vez mais tá ti coe físico ”, o avançado não duvida que também“ét alento e magia”. “Às vezes não dá no talento e dá na atitude. Ofuteboléd­i versão para todos. É importante ganhar e t erre sul ta dos,éd isso que vivemos neste clube,m as tambéméim portante entregar diversão, que os adeptos sintam que gostaram e queiram vir de novo. Que venhamaoes­tádio por ser um espetáculo ver os golos, as assistênci­as. O jogador em si, falando de mim, é diferente. Umas vezes vou acertar dez, noutras oito, mas vai acontecer alguma coisa de diferente”, concluiu Gonçalo.

“Umas vezes acerto dez, noutras oito, mas acontece alguma coisa diferente”

Gonçalo Borges Extremo do FC Porto

Formação: Borges destacou trabalho técnico específico e ajuda de psicólogos mas Estilo: extremo vincou os resultados, jogo quer que os adeptos desfrutem do

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