Adiantamento para as despesas
Renovação do acordo com a Sagasta permite encaixe imediato, mas também aumenta a dívida
SAD pagou os 46 M€ em falta da operação “Dragon Finance no. 1” e recebeu mais 54 M€ para “responsabilidades decorrentes da sua atividade”, antecipando 100 M€ de receitas dos direitos televisivos .
A SAD do FC Porto informou a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) da renovação da titularização de direitos televisivos, que permitiu um encaixa imediato de 54,3 milhões de euros, que permitirá à sociedade “liquidar responsabilidades decorrentes da sua atividade”. Mas, afinal, em que consiste esta operação financeira? No fundo, trata-se de um “factoring”, ou seja, a antecipação de receitas com a emissão de obrigações. Através da sociedade Sagasta Finance, um veículo financeiro do fundo Apollo, a SAD azul e branca antecipou parte dos “créditos resultantes do contrato de cessão de direitos de transmissão televisiva dos jogos disputados pela equipa principal de futebol” e que, segundo O JOGO apurou, são relativos a duas épocas desportivas.
O contrato em vigor, celebrado com a PT, agora Altice, iniciou-se em 2018 e contempla um pagamento total de 547,5 M€ em dez anos. Com a antecipação agora feita, a SAD azul e branca já só fica com créditos de uma temporada e meia, ao que nos foi possível apurar.
Ainda de acordo com informações recolhidas por O JOGO, a SAD portista chegou a ter um financiamento com a Sagasta – no âmbito da operação “Dragon Finance no. 1”, iniciada em maio de 2018 – que atingiu os 120 M€, que foram sendo liquidados ao longo dos últimos anos. Faltavam 46 M€ que agora foram reembolsados na íntegra com a renovação da titularização, que permitiu, ainda, o encaixe imediato dos 54,291 M€ que a sociedade comunicou à CMVM. Sendo assim, a dívida passa a ser de 100 M€, valor da emissão destas novas obrigações, a pagar a longo prazo, a uma taxa de juro fixa, que não foi descriminada.
Refira-se que, de acordo com a informação prestada pela SAD “tanto o reembolso da operação anterior quanto a nova operação foram aprovados por unanimidade pelos obrigacionistas”.