O Jogo

Amanhã em três pontos

- Veludo Azul Miguel Guedes

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O que pode fazer uma equipa que parece ter encontrado o Norte após uma ausência maior que agora volta, quarenta e três dias depois, como um vulto? Mehdi Taremi regressou da Taça Asiática, com a lembrança última da vitória frente ao Chaves, não treinou e dificilmen­te estará no 11 que amanhã enfrentará o Arouca. A cultura de banco que estará reservada a Taremi fará a escola dos seus previsívei­s últimos dias de azul e branco face ao anunciado pré-acordo com o Inter de Milão. Não pelo facto de ser jogador em fim de contrato, até porque Sérgio Conceição tem um longo histórico de aproveitar os seus jogadores até à última gota de suor, independen­temente de estarem ou não em fim de ciclo no clube. Muito mais porque a sua saída precipitou encontrar soluções que dificilmen­te arrepiarão caminho sem que sejam corridos riscos indefensáv­eis, tendo em conta que o atraso pontual na Liga não permite qualquer outro tropeção ou assomo de dúvida. O regresso do nosso goleador maior dos últimos anos, ainda apagado no azul e branco ao peito esta época, é um teste à inteligênc­ia emocional que sempre revelou ter e um teste à inteligênc­ia de o gerir como um bom recurso. Mais do que nunca, Taremi terá que ser um jogador de equipa.

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Já são três os candidatos à presidênci­a do FC Porto que assumiram os seus desígnios. Sem que seja previsível que apareça qualquer outro, e sendo Nuno Lobo candidato, basta olhar para o mapa do boletim de voto das últimas eleições para não perceber o que fez José Fernando Rio com os seus 26% de votos, congregaçã­o do protesto em 2020. Tendo admitido concorrer às eleições de abril, espera-se a sua definição para que se perceba, sem reservas, qual o alinhament­o de forças dos possíveis quatro candidatos que, a irem a jogo de pares, parecem alinhar-se em dois blocos na altura de todas as decisões.

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Face ao absurdo calendário eleitoral que atira as eleições no clube para a fase mais decisiva da época (como se o sucesso ou insucesso desportivo não fosse, também ele, um factor fundamenta­l para aferir o sentido de voto), compete a todos guardar as munições para quando for permitido disparar. O que temos assistido, em praça pública de digladiaçã­o, faz as delícias dos nossos adversário­s. Que nos lembremos das novelas eleitorais dos nossos rivais e como faziam as delícias do portismo. Sejamos capazes de exercer alguma contenção (seria mais fácil se o calendário eleitoral permitisse juízo e tempo certo). Uma coisa parece certa: se Villas-Boas arrancou com pompa e circunstân­cia, Pinto da Costa subiu a fasquia. Agora, é necessário perceber a velocidade. E nesta campanha contra o tempo, quem começou depois terá que pedalar mais rápido.

A cultura de banco que estará reservada a Taremi fará a escola dos seus previsívei­s últimos dias de azul e branco

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