Caso de racismo vai ser investigado
Secretário de Estado João Paulo Correia anuncia que episódio com Chiquinho será entregue ao Ministério Público
Tal como o governante, o Sindicato dos Jogadores condenou os insultos racistas dirigidos ao jogador da equipa minhota. O Farense “demarca-se de qualquer comportamento menos próprio”.
“Tolerância zero ao racismo! O jogo entre o Farense e o Famalicão ficou manchado pelo insulto racista de um adepto a Chiquinho”
MELO ROSA CARLOS ENCARNAÇÃO
Os alegados insultos racistas a Chiquinho, extremo do Famalicão, anteontem, no Estádio de São Luís, no jogo contra o Farense, vão ser alvo de uma investigação por parte do Ministério Público e da Autoridade de Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD). O anúncio foi feito pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, que condenou o episódio que envolveu o jogador do Famalicão, chamado de “macaco”porumadepto,identificado pela polícia no local, o que levou o árbitro Hélder Malheiro a interromper o jogo durante cinco minutos.
“Tolerância zero ao racismo! O jogo entre o Farense e o Famalicão ficou manchado pelo insulto racista de um adepto ao jogador Francisco Jorge ‘Chiquinho (Famalicão). A APCVD irá agir. O caso será entregue ao Ministério Público”, lê-se na mensagem de João Paulo Correia na rede social X, antigo Twitter.
Se o Ministério Público decidir instaurar um inquérito, como aconteceu há quatro
anos no “caso Marega”, em Guimarães–naalturaaAPCVD também instaurou um processo contraordenacional –, segundo o Código Penal estarão em causa os crimes de discriminaçãoeincitamentoaoódio e à violência, com moldura penal de seis meses a cinco anos de pena de prisão e ainda o crime de injúria dirigido contra o jogador, cujo enquadramento varia entre até três meses de prisãooupenademultaaté120 dias.
O Sindicato dos Jogadores também condenou os insultos racistas dirigidos ao jogador. “As manifestações de racismo em qualquer estádio são intoleráveis. Quero manifestar totalsolidariedadecomoChiquinho”,
referiu Joaquim Evangelista, presidente do sindicato. “Tendo o adepto em causa sido identificadopelasautoridades, espero uma ação célere e eficaz dentrodeumquadrolegal,que foi revisto, precisamente, para afastarestaspessoasdofutebol e punir eficazmente os seus atos. Tolerância zero!”, apelou ainda o dirigente.
Em comunicado, o Farense “demarca-se de qualquer comportamento menos próprio que possa ter ocorrido”. “Sempre e ao longo de toda a sua história de quase 114 anos de existência, este clube pauta-se pela defesa e valorização dos mais elevados princípios de humanismo, civismo e não discriminação”, notou o emblema.
“Tendo o adepto em causa sido identificado pelas autoridades, espero uma ação célere e eficaz”