Conceição “Houve demérito, falta de treinador e discernimento”
Técnico do FC Porto deu mérito ao Arouca, que soube explorar as debilidades dos dragões nas transições, e incluiu-se no rol de críticas que disparou depois do final do encontro
Após a derrota em Arouca (3-2), Sérgio Conceição estava revoltado com o resultado do FC Porto, que perdeu pontos para Benfica e Sporting e só respondeu a uma questão na flash e duas na sala de Imprensa.
ANDRÉ BASTOS
“Entre o empate e golo do penálti do Pepe, temos duas ou três ocasiões claras para fazer golo”
O FC Porto perdeu pela ●●● primeira vez em Arouca (3-2) e Sérgio Conceição não escondeu a fúria com a exibição dos portistas.
O FC Porto vinha numa melhoria de resultados e num crescendo exibicional. O que aconteceu?
“Iniciámos o segundo tempo praticamente com uma ocasião do Nico, em que o difícil é acertar no guarda-redes”
—Aconteceu um bocadinho de tudo no jogo. Falta de treinador, falta de discernimento. Logo nos primeiros segundos sofremos um golo e, depois, empatámos. Entre esse golo e os 28 ou 29 minutos do penálti do Pepe, temos duas ou três ocasiões claras para fazer golo. Nesse período houve falta de eficácia, mas é o treinador que não percebe nada disto. Entretanto, no início do segundo tempo,depoisdeumaououtra situaçãoquepodíamosterconcluído de outra forma, com discernimento no nosso ataque organizado, acho que perdemos bolas que permitiram ao Arouca sair com algum perigo sempre que recuperavam a bola e nós algo desequilibrados nesse momento da perda. Voltoafrisar,aquiotreinadortambém não esteve bem no equilíbrio defensivo. Iniciámos o segundo tempo praticamente com uma ocasião do Nico, em
que o difícil é acertar no guarda-redes. Tenho de treinar mais com o Nico nesse sentido de meter a bola dentro da baliza. O treinador tem alguma responsabilidade nisso também. Numa situação de ataque rápido veio o 3-1, um excelente golo. O Arouca tem boas individualidades, principalmente na linha ofensiva e organizou-se hoje [ontem] de forma a dificultar a vida ao FC Porto. Tentámos por dentro, por fora e às vezes expusemo-nos de uma forma que não é normal. Culpa, lá está, minha, de não precaver os jogadores em relação a isso. Eles foram precavidos no treino, mas não chegámos ao ponto de perceber que
as despesas do jogo eram nossas e ter atenção ao que eram os ataques rápidos da equipa adversária; com o Mujica, o Cristo González e o Jason muito metido dentro a aproveitar e a deixar que os nossos laterais se projetassem para aproveitar o nosso desequilíbrio. Enfim, um jogo em que houve mérito a defender do Arouca e pouco mérito do treinador do FC Porto em montar a estratégia adequada para ganharmos.
O que faltou para o FC Porto sair com um resultado mais positivo?
—Faltou concluir de outra forma as jogadas criadas. Faltounos estar mais equilibrados em termos defensivos.
Foi nas transições que o FC Porto perdeu o jogo?
“O Arouca tem boas individualidades e organizou-se de forma a dificultar a vida ao FC Porto”
Houve demérito do FC Porto. Em termos estratégicos, o que foi trabalhado não foi suficiente. Havia zonas proibidas onde perder a bola e esse desequilíbrio defensivo permitiu ao Arouca chegar com perigo à nossa baliza. Apesar disso, temos de ser verdadeiros naquilo que foi a organização defensiva do Arouca, num bloco mais baixo do que o habitual. Sofremos um golo que não é normal logo no início do jogo. Temos de ser mais eficazes e preparar a equipa de outra forma, dar outra resposta. Houve mérito do Arouca e demérito do FC Porto.
“Um jogo em que houve mérito a defender do Arouca e pouco mérito do treinador do FC Porto em montar a estratégia adequada para ganharmos o jogo”