Um dia histórico na natação portuguesa
O ar surpreendido de Diogo Ribeiro, quando percebeu que tinha conquistado o ouro nos 50 metros mariposa, merece ser eternizado. Se continuar assim, ganhar será a regra e não a exceção.
1Numa altura em que o discurso público está carregadinho de promessas, é reconfortante perceber que há algumas que se cumprem mesmo. Claro que é um exagero chamar a Diogo Ribeiro uma promessa, quando a medalha de prata conquistada em Fukuoka, em 2023, já lhe garantia o estatuto de certeza absoluta. Por outro lado, a cotação do ouro é diferente e a promessa deixada pelo nadador de Coimbra quando estabeleceu o recorde mundial júnior nos 50 metros mariposa foi verdadeiramente cumprida ontem, com o primeiro título mundial da natação portuguesa. Com apenas 19 anos, sobram agora as promessas do que ainda há de vir na carreira do nadador do Benfica, desde logo já a seguir nos Jogos Olímpicos de Paris. Entretanto, e porque o tema é promessas, podemos sempre esperar que os políticos, que ontem se acotovelaram para darem os parabéns ao novo campeão mundial, incluam nas que andam a fazer um apoio mais concreto ao desporto de alta competição. E, já agora, que se inspirem em Diogo Ribeiro para as cumprir.
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Sérgio Conceição tinha avisado de véspera que a perda de pontos deixaria a equipa mais perto de ficar eliminada do principal objetivo. Claro que matematicamente, tudo ainda é possível, mas a derrota em Arouca, desaproveitando o deslize do Benfica em Guimarães, coloca o problema mais ao nível da psicologia. Quem não tem margem de erro não os pode começar a cometer logo no primeiro minuto de jogo. Noutras circunstâncias, esta talvez fosse uma boa altura para começar a preparar a próxima época, como fez o Sporting há um ano. No contexto eleitoral atual, tudo se complica.