“Young Boys não perde há dois anos”
Técnico do Sporting exalta força do adversário na liga suíça a jogar em casa. Favoritismo assumido pela diferença para a Liga Portuguesa
Campeonato pode ser prova preferencial em caso de gestão, mas apenas mais para a frente. Agora seguir na Europa é crucial. Líder do balneário leonino recusa que o sintético possa ser uma desculpa.
O play-off de acesso aos “oitavos” da Liga Europa é para encarar com ambição. Para já, Rúben Amorim quer manter o Sporting na Europa e alerta para um adversário que tem sido dominador nas provas internas.
Espera um Young Boys a entregar o domínio do jogo ao Sporting?
—Acho que vai ser uma equipa muito pressionante. O Man. City obriga todos a defenderem mais. Fizemos uma avaliação, vimos os outros jogos, a identidade. A equipa vendeu um avançado com grande influência e o treinador teve de equilibrar a equipa de outra forma. Há dois anos que não perdem em casa para o campeonato. Têm uma média de três golos em casa na liga suíça. Esperamos uma equipa difícil. Os sportinguistas e os portugueses podem olhar para eles como sendo menos perigosos, mas têm dois extremos perigosos, o médio, o Ugrinic é muito bom. É uma equipa que joga bem com o guarda-redes e, por isso, é mais difícil de pressionar. Conheço também o Benito, meu ex-colega [Benfica], que agora joga a central.
O Sporting é favorito mesmo defrontando um rival que vem da Champions?
—Vemos as melhores ligas e temos obrigação de ganhar às melhores equipas. As pessoas não conhecem bem o Young Boys. Somos sempre favoritos, ainda mais sendo uma equipa que não está no top-5 nas ligas europeias. Mas será um jogo disputado. Temos de entrar no máximo. Foi difícil para o Leipzig e Man. City vencer o Young Boys. Os sportinguistas têm comprado o bilhete bem cedo e queremos deixá-los orgulhosos.
O facto de jogar num sintético altera a abordagem do Sporting?
—As equipas normalmente esperam um pouco por nós. Temos mais tempo para pensar com a bola. Neste jogo temos de ser mais rápidos, haverá pressão constante. A nossa identidade não vai mudar. É uma equipa forte, com jogadores rápidos, que pressionou o Man. City e o RB Leipzig e temos de estar preparados. Temos de nos adaptar à parte física. Jogámos com Braga, FC
Porto, e este jogo será mais físico e corrido. Costumamos viajar à noite, perdemos isso para adaptar os jogadores ao sintético aqui na Suíça.
Sofreu uma lesão num sintético em 2014 que lhe travou a carreira. É mais perigoso jogar neste tipo de relvado?
—A estratégia do jogo passa por nos adaptarmos a jogar neste campo. Este sintético é de uma geração diferente daquela em que tive a lesão. Não penso nisso, os jogadores estão mais preparados. Se não fosse essa lesão se calhar não estava aqui como treinador do Sporting, se calhar foi uma sorte, uma bênção. Estou aqui há quatro anos, torneime treinador mais cedo do que podia ter acontecido. O relvado não será desculpa para nada.
É preciso gerir jogadores a pensar no campeonato?
—Depende dos jogadores. Fazemos um estudo dos atletas. Avaliamos este jogo e o outro a seguir. Este é a prioridade. Temos três dias entre estes jogos, na próxima semana são dois. Não vamos deixar este jogo de lado. Não controlando todas as nuances penderá para o campeonato porque é a prioridade. Mas queremos vencer todos os jogos na Europa e na Taça de Portugal. Só em caso de dúvida o campeonato ganha preferência.
A que se deve a subida de forma de Trincão ao ponto de se falar da Seleção?
—O selecionador lá saberá. Está mais perto do potencial que tem. Junto o Trincão ao Eduardo Quaresma. Não mudou o treino, tem a ver com a confiança, o acreditar dos jogadores. Dar este salto depende mais dos jogadores do que do treinador. Não mudámos nada na abordagem. No Quaresma, mudou a concentração. O mérito é deles. Vê-se como eles se abraçam nos jogos.
“Trincão está mais perto do potencial que tem. Dar este salto depende dos jogadores” Rúben Amorim Treinador do Sporting
Koindredi vai ter uma chance de jogar?
—Koindredi é mais uma opção. Está a precisar de jogar, sim. Temos atenção à sua forma de jogar, à adaptação, e terá tempo para jogar no futuro.