Chamada aos 500 em dúvida
Ricardo Horta segue caminhada a derrubar marcas, mas ontem ficou pelo ginásio, e é dor de cabeça
Às portas de nova barreira histórica como profissional, gera-se o suspense se jogará hoje. Raramente forçado a parar, tem 362 jogos em Braga, a grande fatia, outros em Setúbal, Málaga e nas seleções.
Ricardo Horta falhou o treino ao ficar no ginásio a apurar a condição e subsistia, ontem, o risco impeditivo de jogar e carimbar uma marca histórica na carreira profissional. Isso com o embrulho invejável de ter muitas outras prendas pela frente, já que os 29 anos sugerem ainda várias épocas de alto nível. Num momento importante, e até determinante para a equipa no que pode ser um rebuçado para a estabilidade anímica, após despiste violento em Alvalade, e também como luz para um brilharete europeu, o extremo pisca o olho, ainda que timidamente, aos 500 jogos como profissional.
O criativo dos minhotos, que ainda persegue José Maria Azevedo quanto ao topo de jogos com o manto arsenalista, faz mira ao compromisso 363 pelo Braga. Na Europa, enquanto figura cimeira dos guerreiros nas últimas oito temporadas, chegará ao jogo 63, caso desbloqueie o problema físico trazido de Alvalade, deixando para lides internas o pecúlio de outro número redondo: 300. Horta tem-se sabido motivar quando a atualidade se torna transcendente. Prova disso, o último golo, brilhante por sinal, na final da Taça da Liga, e a faceta de marcar sempre que o Braga conquista a felicidade de um troféu nas finais que disputa.
Em fase de maior desconfiança e até contestação a soprar das bancadas quanto à resposta da equipa e do treinador, o capitão reclama, por tradição, papel central e muito se espera que seja capaz de fomentar desequilíbrios ou embelezar a noite com algum dos seus golos. Mas, subitamente, pode desfalcar o Braga, o que, a confirmar-se, deixaria os 500 para outro dia.