O Jogo

VEÍCULO DE LUXO COM POTÊNCIA DE TODO-O-TERRENO

Leões dominaram o comandante da liga suíça, voaram no relvado sintético de Berna e voltaram a casa embalados por resultado confortáve­l rumo aos “oitavos”

- Textos VÍTOR SANTOS

O Sporting arrombou, em Berna, a organizaçã­o do Young Boys e a porta de entrada nos “oitavos” da Liga Europa, alcançando um resultado confortáve­l que faz da segunda mão uma quase formalidad­e.

Não é que o 3-1 seja um desfecho extraordin­ário, capaz de fazer o futebol europeu abrira boca de espanto.Éa qualidade. Aatuação do Sporting, em linha com as que tem apresentad­o na frente interna, esteve muito acima daquela que o rival suíço conseguiu exibir, mesmo jogando em casa e com um terreno que não favorecia os portuguese­s, pouco habituados acorrerem cima der elvasint ética. O conjunto deRúbe nA mo rimé,sempont ade exagero, um adas equipas mais excitantes da atualidade, em Portugal ou noutro país qualquer. A forma como consegue desmontara estratégia dos adversário­s, independen­temente d astáticas, mais ou menos defensivas, transforma o leão num veículo de futebol topo de gama, mas com a força de um todo-o-terreno – e até pela falta da relva natural era necessário mostrar essa faceta. Foi assim que começou a ser destruído o Young Boys, porque as investidas potentes de Gyokeres mostravam que o leão não estava para brincadeir­as.

Nesta fase da época, a grande questão é mesmo saber quem tem capacidade para travar o Sporting. O Young Boys não será, segurament­e, apesar de ser uma formação organizada e forte no jogo rápido e direto. Rúben Amorim deu-se ao luxo de trocar quatro jogadores – Geny Catamo, Coates, Morita e Trincão, por Esgaio, Matheus Reis, Bragança e Edwards –, provando ser possível substituir peças sem que o bólide que conduz perca identidade ou talento. Para se perceber a confiança do treinador, os suíços apenas tinham sido derrotados em casa duas vezes na temporada em curso, ambas na Champions, frente a Manchester City e Leipzig. Sem receio, os leões atiraram-se ao jogo e dominaram em absoluto o adversário desde o arranque, criando oportunida­des em série graças ao explosivo Gyokeres, sempre pronto para aproveitar a defesa subida dos homens de Raphael Wicky.

Apesar de muito tentar e de conseguir boas oportunida­des sem ajuda extra, o primeiro golo do Sporting chegou na sequência de um corte infeliz de Amenda, após uma boa combinação na direita que colocou Edwards em posição para cruzar. O suíço fez o resto... Não satisfeito, nem dez minutos adiante, o inglês voltou a estar em evidencia, entrando na área como quem contorna pinos e “obrigando” Von Ballmoos a fazer penálti. Gyokeres lá encontrou o golo que tanto procurava numa cobrança perfeita da marca dos 11 metros. A coisa parecia caminhar para estar decidida antes do intervalo, mas o suíços não estavam de acordo e logo a seguir reduziram, o que lhes permitia entrar na segunda metade com alguma fé. Que durou pouco...

A reentrada do Sporting foi, porém, semelhante ao arranque do jogo. Objetivo bem definido, a baliza do adversário, com a estratégia da primeira parte, que residia, sobretudo, na exploração de uma defesa demasiado exposta às arrancadas de Gyokeres. Num livre sobre a direita, marcado por Pedro Gonçalves, Gonçalo Inácio soltou um cabeceamen­to perfeito, e percebeu-se que a vitória nunca fugiria aos portuguese­s, que ainda podiam ter marcado mais um golo ou outro. Com uma vantagem de dois, percebia-se que o mais importante estava feito, pelo que a segunda parte foi, sobretudo, um exercício de gestão a pensar em novas batalhas.

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Rafael Nel fez a estreia absoluta na equipa principal
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