O Jogo

Artur Jorge “Não estivemos à altura, adeptos não mereciam”

Técnico do Braga percebe “revolta”, mas sublinha desejo de convertê-la em união e apoio. “Reflexão no imediato” é obrigatóri­a, até para evitar que a equipa quebre

- FRANCISCO SEBE PEDRO CADIMA

Assobiado pelos arsenalist­as, que não pouparam nos lenços brancos, o treinador dirigiu-se para o túnel logo após o apito final, sem agradecer às bancadas. Saída foi descartada de forma veemente.

Além das derrotas, o Braga encaixou nove golos nos últimos dois jogos. Foram cinco contra o Sporting e, ontem, quatro diante do Qarabag

“É difícil de explicar. Temos sentido alguma intranquil­idade, mas a eliminatór­ia está a meio”

Duas derrotas e nove golos ●●● sofridos contra Sporting e Qarabag não são, para já, suficiente­s para arredar Artur Jorge do leme do Braga. O treinador vincou a necessidad­e de “refletir no imediato”, mas não atira a toalha ao chão na Liga Europa. Resposta aos lenços brancos surgiu sob forma de promessa. “Trabalhar e fazer mais”, frisou.

“Temos de refletir de forma profunda e no imediato para nos podermos juntar e não quebrar”

Análise dos jogadores foi de autocrític­a. Como analisa a derrota?

—É muito difícil de explicar. Temos sentido alguma intranquil­idade e de maior dificuldad­e de um ou outro jogador em lidar com esta exigência. Perdemos, a eliminatór­ia está a meio. Temos de refletir de forma profunda para podermonos juntar e não quebrar. Iremos ter esta abordagem no imediato, porque depois deste jogo, em que perdemos e ficámos em desvantage­m, sabemos que estamos a competir daqui a dois ou três dias e temos a decisão da eliminatór­ia na próxima quinta-feira. Tem de ser este o espírito, não estar a explicar o que quer que seja. É difícil explicar e fazer mais do que fizemos.

Que margem dá ao Braga a desvantage­m de dois golos para a segunda mão?

—Encurta a distância. Não era o resultado que queríamos, naturalmen­te, mas encurta. Ganhar por 3-0 será suficiente, por exemplo. Mas ficou bastante difícil para nós, por responsabi­lidade nossa.

Como encara a revolta dos adeptos?

—Foi, claramente, o jogo que mais me custou, pelo resultado e contestaçã­o. A revolta é, em primeiro lugar, para com o treinador, que tem sempre de dar a cara nestes momentos. Percebo claramente a insatisfaç­ão, desilusão e a tristeza... Só posso prometer que temos de trabalhar mais e fazer mais, para, em vez de revolta, termos os adeptos connosco.

Como explica esta quebra numa equipa que levantou a Taça da Liga?

—A questão do tempo é muito isto. O que foi clima de festa há 15 dias, hoje é de insatisfaç­ão e contestaçã­o, até. Espero que o tempo seja bom para nós, para podermos estar com osadeptose­msintonia,emcomunhão e a ganhar. Fico com a mesma mágoa que todos eles. Não mereciam. O que sentimos dos adeptos em todos os momentos e até termos sofrido o terceiro golo foi uma lição para nós, pela forma como nos empurraram e puxaram por nós. Fizeram a parte deles. Não estivemos à altura daquilo do que nos deram.

“A revolta é, em primeiro lugar, para com o treinador, que tem de dar a cara nestes momentos”

“O que sentimos dos adeptos até ao terceiro golo foi uma lição para nós, pela forma como puxaram”

Sente que tem condições para continuar?

—Tenho, com toda a certeza.

 ?? ?? Artur Jorge garante ter condições para continuar
Artur Jorge garante ter condições para continuar

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