O Jogo

ÁGUIA A PASSO VÊ SALVAÇÃO NOS 11 METROS

Apesar de ter mais bola e muito mais remates, ao conjunto de Schmidt faltou velocidade e agressivid­ade. Triunfo, com dois golos de penálti, chegou nos descontos

- Textos MARCO GONÇALVES

A promessa deixada pelo técnico, que garantia “muito entusiasmo” para o desafio da Liga Europa, não passou para o campo. Faltou chama e ligação, apesar do domínio ante um Toulouse sempre fechado.

Salvo no último segundo. Foi assim que o Benfica conseguiu o triunfo que lhe permite encarar a visita a Toulouse, deste play-off, na frente. Tudo graças a um penálti cometido por uma infantilid­ade de Mawissa nos descontos, que Di María converteu no 2-1 – ele que já marcara dos 11 metros o 1-0, também numa altura em que os encarnados sofriam para consumar definitiva­mente o ataque à baliza de Restes, guardião do conjunto francês. As águias dominaram, empurraram o adversário para a sua zona defensiva (que consentiu também essa intenção) e remataram muito mais. Mas a exibição ficou longe de encher o olho. Roger Schmidt prometera “muito entusiasmo”, mas isso foi algo que se viu muito pouco.

Raramente o Benfica foi capaz de impor intensidad­e no seu jogo, com a bola a ser trocada de forma lenta, muitas vezes previsível, tal como foram as movimentaç­ões dos jogadores comandados por Roger

Schmidt. Perante um Toulouse que jogou recuado no terreno, fechando espaços e procurando gastar tempo – foram poucas as ocasiões em que subiu com boas trocas de bola e com perigo, falhando frequentem­ente na decisão no último terço, o que ajudou as águias –, o Benfica sentiu problemas para chegar à baliza de Restes. Algo que, interrompi­do apenas a espaços, foi sendo uma constante ao longo da partida. O campeão português até rematou muito (foram 28 os disparos), mas até nisso pecou, já que somente seis foram à baliza. E dois foram os penáltis cobrados por Di María.

Com duas novidades de início – Schmidt poupou Bah à direita, desviando Aursnes para esse flanco e apostando em Arthur Cabral, e trocou Morato por Álvaro Carreras –, o Benfica ameaçou um jogo veloz durante... o primeiro minuto. Depressa o fogacho se apagou e a circulação foi sendo feita sem chama. Agradecia o Toulouse, que tapava assim mais facilmente os caminhos da sua zona defensiva. O primeiro tiro, de Kokçu, surgiu apenas aos 15’, mas sem direção. As águias foram carregando e com o aproximar do final da primeira parte tiveram então o seu melhor momento. Rafa ameaçou por duas vezes (ia marcando um grande golo, mas acertou no ferro aos 38’), Arthur Cabral e João Mário ficaram perto do golo. O nulo manteve-se e após o reatamento os benfiquist­as pareceram pretender sacudir finalmente o adversário. Nova vã promessa. Aos 50’ já o Toulouse trocava a bola sem problemas no meio-campo da casa.

Com um 4x2x3x2 que se transforma­va por vezes numa linha de cinco a defender, graças ao recuo de Suazo, o clube francês, 14.º na Ligue 1 e a lutar para não descer, ia resistindo. Até que Logan Costa cometeu penálti, que o VAR indicou. O 1-0 de Di María até podia dar gás ao Benfica, mas a passividad­e e falta de agressivid­ade tomaram ainda mais conta da equipa, culminando no 1-1 aos 75’, numa jogada em que defensivam­ente não faltaram pecados.

A Luz gelou e depois do empate como V. Guimarães o fantasma de novo percalço, agora europeu, pairou no recinto encarnado. Até que um penálti caído do céu encheu de ar o balão encarnado rumo a outros objetivos na Liga Europa.

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Marcos Leonardo sofreu penálti de Mawissa
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