FORJADA PARA O SUCE
MATILDE FIDALGO Voltou a Portugal esta época para representar o Famalicão, após uma época e meia em Espanha, no Bétis
A internacional portuguesa, presente no Europeu de 2017, acumula experiências em clubes como Fófó, Sporting, Braga, Benfica, Manchester City e Bétis, tendo conquistado 16 troféus na carreira.
Matilde Fidalgo, lateral de 29 anos, é uma figura de destaque no futebol feminino português e apresenta uma trajetória repleta de sucessos e experiências enriquecedoras. Em entrevista a OJOGO, a internacionalportuguesapartilha reflexões sobre a importância do trabalho mental e explora as diferenças entre os clubes pelos quais passou.
A Matilde é uma das figuras de proa do futebol feminino português,comumcurrículo vasto e repleto de sucessos. Quais foram as principais aprendizagens que influenciaram a sua trajetória ao longo dos anos?
—Aprendi que estamos sempre a trabalhar para algo e que esse algo nem sempre é o sucesso. Por vezes, sem nos apercebermos, também estamos a trabalhar para o insucesso, para a insegurança e, por fim, para o fracasso. Procuro ter isso muito presente na minha mente nos dias de hoje. Acho que o que mais aprendi ao longo deste tempo foi a importância e a dificuldade do trabalho mental no futebol.
Envergou as cores do Fófó, Sporting, Braga, Benfica, Manchester City e Real Bétis ao longo da carreira. Qual destes clubes deixou marca principal?
—Das minhas experiências, trago a noção da necessidade de trabalho, adaptação ao ambiente, estrutura, equipa técnica e colegas de equipa. Apesar de tudo isto, o clube que mais me marcou foi também o mais modesto por onde passei: o Fófó. Ainda na condição dejogadoraamadora,mascom uma conduta profissional, o tempo que lá passei permitiume viver o futebol de forma genuína e feliz.
Quais são as principais disparidades que notou entre o futebol em Portugal, Inglaterra e Espanha, especialmente no que concerne ao estilo de jogo e ao ambiente nos clubes?
—O futebol espanhol assemelha-se bastante ao nosso. As ideias de jogo, o temperamento dos jogadores e treinadores, as características físicas, o ambiente nos balneários e nos estádios. Por outro lado, em Inglaterra, acredito que a competitividade e a intensidade se destacam em comparação com a nossa realidade. Os jogos tendem a ser mais diretos, menos elaborados, e beneficiam jogadoras fisicamente muito aptas, resistentes e fortes.
No início desta temporada, a Matilde trocou o Real Bétis, clube onde esteve durante quase dois anos, pelo
Famalicão. O que a motivou para regressar a Portugal nesta fase da carreira?
—A última época em Espanha começou de forma particularmente difícil, terminou um pouco melhor, mas o clube ia sofrer algumas alterações e não achei que fosse o sítio ideal para continuar. Além disso, quem liderou a formação desta nova equipa do Famalicão foi uma cara conhecida, com a qual tive uma experiência muito positiva e pareceume que seria uma boa aposta para me inserir num clube com ambições.
De que forma é que a reestruturação profunda pela qual o Famalicão passou tem afetado o desempenho e a dinâmica da equipa?
—De facto, foram muitas mudanças, tanto no plantel como equipa A na própria estrutura do clube, além de um início tardio de pré-época, o que nos concedeu pouco tempo para consolidar processos. Acredito que nos deixámos abalar por um começomenosbomealgunstropeções que nos surpreenderam, mas estamos num processo claro de crescimento.
representou Portugal Seleção: Matilde 48 foram pela quais 72 ocasiões, das em
“Por vezes, também estamos a trabalhar para o insucesso e para a insegurança”
“O clube que mais me marcou foi também o mais modesto por onde passei: o Fófó” Matilde Fidalgo Lateral do Famalicão