O Jogo

Rafael Nel passou da defesa ao ataque

O JOGO conta-lhe a história do mais recente jogador lançado por Amorim. Sonhou ser avançado e saiu do Benfica para cumprir o destino

- FREDERICO BÁRTOLO

Anterior técnico do jovem, nos sub-13, destaca a capacidade de trabalho do jogador que, frontalmen­te, transmitiu aos treinadore­s não querer ser central. Superou colegas mais apontados ao topo.

Rafael Nel estreou-se aos 18 anos pelo Sporting e cumpriu na Suíça um destino forjado pelas próprias mãos. Um trajeto que começou no Benfica aos seis anos e que parecia vir a ser o desenvolvi­mento de um central. Puro engano. À oitava época no clube, já no futebol de 11, Nel comunicou o que queria. “Estava identifica­do por toda a estrutura como central. Mas sempre que tinha a possibilid­ade de jogar mais perto da baliza nos exercícios ele tentava. Era persistent­e. Acreditava que seria avançado e o miúdo tinha razão”, lembra Jonny Pires, treinador de Nel naquele ano de 2017/18 nos sub-13, valorizand­o o trabalho do atleta, ainda adolescent­e. “Mesmo contrariad­o por jogar menos ou lá atrás, ele tentava dar o seu melhor. Houve uma altura na época em que foi preciso fazer uma gestão e faltava um avançado. E ele demonstrav­a apetência. Tinha menos qualidade técnica do que o Ivan Lima [hoje nos sub-23 do Benfica], por exemplo, mas foi adquirindo isso de outra forma”, destaca o hoje olheiro do Belenenses.

Os minutos na Suíça deram razão a quem procurou sair do Benfica e encontrar no Belenenses espaço para se mostrar. “Não era tão aposta no Benfica como outros, que se achava terem mais potencial. Os pais recebiam-no após cada jogo, confortava­m-no.Na reunião de dispensas, as palavras do pai foram claras: apoiar o filho e levá-lo para jogar onde quisesse. Tem uma boa estrutura familiar e o mérito é todo do Rafael. Acreditou que seria possível chegar onde está agora e procurou quem o deixasse jogar a avançado. Agora está na montra”, comenta Jonny Pires, com “agrado e orgulho” por vê-lo na equipa A leonina. “Até fiquei surpreendi­do. Estavam outros mais apontados à equipa A”, diz a O JOGO, analisando as qualidades de Nel: “Se jogar longe da baliza perde o que tem de bom. É rápido, espontâneo, denota imprevisib­ilidade no último terço e tem feito a diferença no ataque à profundida­de.”

“Acreditou poder chegar onde está e procurou quem o deixasse ser avançado” Jonny Pires Ex-treinador de Rafael Nel no Benfica

 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal