Pacto pela imagem das competições
A Liga apresentou ontem bons indicadores em relação às competições profissionais de futebol, que tantas vezes são maltratadas, sobretudo pela comunicação dos clubes.
Mais golos, o objetivo do futebol, mais espectadores, o objetivo de qualquer espetáculo. Os registos apresentados ontem por Helena Pires, CEO da Liga Portugal, só não são positivos para quem dedica boa parte do tempo de antena a criticar o campeonato português, que segundo as contas da entidade que o tutela até possui um rácio muito interessante no número de espectadores por habitante, apenas superado pela realidade escocesa.
É claro que nem tudo corre na perfeição. O pior que pode acontecer é enfiar a cabeça na areia. A integridade das competições continua a ser colocada em causa mais vezes por nada do que por tudo, mas também neste particular compete à Liga contribuir para o rápido esclarecimento de matérias que envolvem alegados atos de corrupção, por exemplo. Helena Pires sublinhou a aceleração verificada na conclusão dos processos. Trata-se de um bom indicador, ainda assim insuficiente para travar focos de suspeição. Os castigos aplicados a dirigentes e treinadores, sobretudo, por declarações que tocam a honorabilidade dos árbitros e da própria competição não têm produzido um efeito dissuasor. O futebol, parece-me, não precisa de mais castigos. A solução poderá passar por uma espécie de pacto de regime entre os clubes profissionais, uma ação profilática que comprometa os dirigentes. Porque boa parte da solução está nas mãos deles, uma vez que, se não as incentivam, pelo menos admitem políticas da comunicação que todas as semanas lesam a imagem das competições profissionais. Não é necessário silenciar ninguém. Basta colocar alguma ordem na forma e no conteúdo.*