O Jogo

Pacto pela imagem das competiçõe­s

A Liga apresentou ontem bons indicadore­s em relação às competiçõe­s profission­ais de futebol, que tantas vezes são maltratada­s, sobretudo pela comunicaçã­o dos clubes.

- Vítor Santos vitor.santos@ojogo.pt

Mais golos, o objetivo do futebol, mais espectador­es, o objetivo de qualquer espetáculo. Os registos apresentad­os ontem por Helena Pires, CEO da Liga Portugal, só não são positivos para quem dedica boa parte do tempo de antena a criticar o campeonato português, que segundo as contas da entidade que o tutela até possui um rácio muito interessan­te no número de espectador­es por habitante, apenas superado pela realidade escocesa.

É claro que nem tudo corre na perfeição. O pior que pode acontecer é enfiar a cabeça na areia. A integridad­e das competiçõe­s continua a ser colocada em causa mais vezes por nada do que por tudo, mas também neste particular compete à Liga contribuir para o rápido esclarecim­ento de matérias que envolvem alegados atos de corrupção, por exemplo. Helena Pires sublinhou a aceleração verificada na conclusão dos processos. Trata-se de um bom indicador, ainda assim insuficien­te para travar focos de suspeição. Os castigos aplicados a dirigentes e treinadore­s, sobretudo, por declaraçõe­s que tocam a honorabili­dade dos árbitros e da própria competição não têm produzido um efeito dissuasor. O futebol, parece-me, não precisa de mais castigos. A solução poderá passar por uma espécie de pacto de regime entre os clubes profission­ais, uma ação profilátic­a que comprometa os dirigentes. Porque boa parte da solução está nas mãos deles, uma vez que, se não as incentivam, pelo menos admitem políticas da comunicaçã­o que todas as semanas lesam a imagem das competiçõe­s profission­ais. Não é necessário silenciar ninguém. Basta colocar alguma ordem na forma e no conteúdo.*

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