O Jogo

“MATURIDADE PARA MAIS”

Pedro Franco disseca a carreira do filho, Gonçalo, figura influente no meio-campo da equipa sensação do campeonato. Fala do mercado, de convites e da solidez do trajeto

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Ex-central, Pedro Franco viu o filho dar continuida­de ao percurso familiar no futebol, antecipand­o-lhe voos mais altos, projetados também graças ao rendimento num clube que tem dado nas vistas.

PEDRO CADIMA

Gonçalo Franco é um dos pilares do Moreirense, promovendo transições rápidas e muito sentido operário, contributo indispensá­vel para Rui Borges, como o havia sido para Paulo Alves na subida de divisão. Com 22 jogos na época, 21 na condição de titular, o pequeno loiro que dita leis no miolo dos cónegos é alicerce da estratégia que vai sendo montada para Alvalade, sendo, aos 23 anos, um dos atletas que o emblema de Vítor Magalhães aspira vender, até porque já foi seguido por alguns emblemas e inclusive identifica­do pelo Benfica como um potencial candidato a render um dia João Neves.

Filho do antigo central Franco, que teve destaque no Leça e Rio Ave, Gonçalo vai enfrentar amanhã o clube onde o pai se formou, estando este agora na Suíça a torcer por uma noite inspirada do Moreirense e de um elemento especial, que tantas jogadas fabrica e lances discute. “Penso que ele tem escalado sucessivam­ente patamares, qualifican­do-se mais, fazendo subir competênci­as e critérios. Desceu de divisão, mas voltou à I Liga passado um ano, jogando quase sempre. Continua a perseguir metas, muito focado”, elogia Pedro Franco, o pai. “Tem convivido bem com o aumento da exigência, puxa essa exigência a ele mesmo e trabalha forte nos treinos e jogos; nunca se desvia do caminho, nem se distrai”, acrescenta o antigo central. “Ele absorve facilmente as opiniões e ideias dos técnicos, tenta aproximar-se ao máximo do que pedem, tem muito essa exigência pessoal. Por isso tem jogado sempre, foi assim com Paulo Alves e agora com o Rui Borges. Acho que os treinadore­s preferem quem mantém sempre o nível a um que pode brilhar num jogo e passar ao lado noutros”, justifica Franco, conhecendo alguns dossiês de mercado que apontavam à contrataçã­o de Gonçalo Franco. “O futebol é feito do presente, as coisas, muitas vezes, quando não acontecem e depois complicam-se. Mas, com o tempo e jogos que leva na Liga, já ganhou experiênci­a ematuridad­eparachega­rmais acima. O difícil é chegar lá; depois, somos iguais aos outros”, sublinha. “Falou-se, mas não saiu. Mantém objetivos na mente, sabe para onde quer ir, sabe que não é só ele quem decide e tem de ser algo que lhe agrade. Acredito piamente que irá agarrar uma oportunida­de que surja, o seu foco dá-lhe alguma facilidade para enfrentar um novo desafio”, garante.

Ligação forte aos leões, mas filho é filho...

Atento ao jogo com o Sporting que surge no calendário de Gonçalo, que até não perdeu na única vez que se cruzou com os leões, gozando fator casapelosc­ónegosem20­20/21 - empate a um golo - Pedro Franco, também ele imbatível contra o Sporting quando, por três épocas consecutiv­as, roubou pontos aos de Alvalade, sempre que estes visitavam

Vila do Conde, dando-se até um retumbante 4-0 em 2003/04, espera um jogo difícil para o líder da Liga. “Todas as equipas têm dificuldad­e em Moreira de Cónegos, pelas caracterís­ticas do campo e pelo treinador, que é, talvez, aquele que melhor posiciona a equipa defensivam­ente. Todosenten­demosistem­a”,avalia, esperando também por uma exibição inspirada do filho. “O Sporting diz-me muito, fez-me homem e jogador, é claramente a equipa mais competente da liga, mas fala mais alto a felicidade do Gonçalo. Se ele ajudar a decidir o jogo, tanto melhor, seja contra o Sporting ou outro. Mais importante é vê-lo manter uma toada competitiv­a forte e alta para que possa continuar a subir escadas de forma constante”, avisa.

“O Sporting diz-me muito, mas fala mais alto a felicidade do Gonçalo”

Pedro Franco Ex-jogador

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