“Taremi e Evanilson podem feri-los”
O britânico que mais sucesso fez nas Antas, nos anos 80 do século passado, antecipa o duelo com o Arsenal e aponta as principais armas dos dragões contra os “gunners”
Antigo avançado conhece bem o Arsenal e pede redobrada atenção a Saka, mas puxa pelo alento especial do clube na Champions e convoca os portistas para fazer do Dragão um vulcão.
PEDRO CADIMA
Mickey Walsh, mítico avançado do FC Porto, o famoso e simpático irlandês que chegou em 1980 para ficar seis anos na Antas, vencer dois campeonatos e jogar a final de Basileia – seguiu carreira em Portugal por Salgueiros, Espinho e Rio Ave –, continua a ter laços fortes com o país, mantendo residência em Miramar (Gaia), aos 69 anos. Lenda do Blackpool, eleito pelos adeptos jogador preferido da década de 70, Walsh ficou entusiasta dos dragões, marcando presença em muitos jogos sempre que por cá passa e reagiu com interesse ao sorteio dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, que levará os portistas a medirem forças com o Arsenal, adversário que Walsh só encontrou ao serviço do Everton, mas numa altura que até tinha amigos em Highbury, os compatriotas O’Leary, Liam Brady e Stapleton. “São duas equipas que viveram recentemente períodos difíceis de ausência de resultados e golos, de perda de pontos e manifestaram desempenhos inconsistentes. Pior o FC Porto em 2024. O Arsenal pode parecer mais confiante, até por causa da crença que ganharam com a vitória sobre o Liverpool e agora a goleada [Burnley]”.
Com carreira feita também na seleção da Irlanda, o avançado que foi durante anos suplente ou parceiro de ataque de Fernando Gomes admite que “talvez tivesse sido melhor” a eliminatória ter sido disputada antes, “mas o FC Porto ainda tem boas opções para tentar feri-los, a começar por Taremi”. “Mas os outros avançados também são bons, como se tem visto com o Evanilson, que até é muito desejado em Inglaterra”, atesta.
Se os londrinos podem ser apontados como favoritos pela generalidade da crítica, Walsh puxa dos galões europeus da sua antiga equipa para equilibrar a balança e apela ao apoio dos portistas. “Todos sabemos que nesta montra e competição o FC Porto faz valer a sua história, aumenta o nível e tem um compromisso grande. Além de que tem tido muito mais sucesso do que o Arsenal. E conta com a intimidante atmosfera do Dragão”, frisa. “Acho que pode ganhar em casa e dificultar muito no Emirates. Precisa dos adeptos, de um pouco de sorte e tem no banco um treinador vencedor a incutir agressividade e determinação. Força FC Porto!”, realça Mickey, elogiando a nação azul e branca. “Tem os melhores adeptos, vão ajudar muito a equipa”, observa.
Contudo, Walsh também está atento ao poderio dos “gunners”. “Tenho acompanhado o trabalho de Arteta, é um ótimo treinador e gosto do seu estilo. Mas tenho visto problemas esta época”, deteta o irlandês. “Sempre
segui os seus resultados porque sou do tempo de uma grande conexão irlandesa ao clube com o meu grande amigo Liam Brady. Eu cheguei ao FC Porto quando ele chegou à Juventus, e outros companheiros de seleção como O’Leary e Stapleton”, explica, abordando os grandes trunfos que moram do lado dos londrinos. “Saka é o homem mais perigoso, melhorou com o crescimento da equipa, é preciso a linha defensiva ter muita atenção e olho redobrado, pois em velocidade pode superar qualquer um”, adiantou. “O meu jogador predileto é Declan Rice. É o coração da equipa”, elogia Walsh.
“FC Porto conta com a intimidante atmosfera do Dragão. Acho que pode ganhar em casa e dificultar muito no Emirates” Mickey Walsh Ex-avançado do FC Porto