DENILSON E O IMPONENTE
MEMÓRIAS Brasileiro fez quatro épocas no Arsenal e carrega a deceção de não ter sido campeão, mesmo jogando ao lado de lendas como Henry, Gilberto Silva, Fàbregas, Ljungberg e Van Persie
Antigo médio esteve em quatro jogos dos “gunners” com o FC Porto e perdeu sempre que visitou o recinto azul e branco. Memórias de Hulk, Falcao e de Pepe, que segue “brutal”.
Tem 36 anos, passou quatro épocas e meia no Arsenal e defrontou o FC Porto em quatro ocasiões, com duas vitórias por goleada, em Londres, e duas derrotas no Dragão. Compromissos da Liga dos Campeões de 2008/09 e 2009/10, sendo que a última disputa foi referente aos oitavos de final da prova, como agora acontece novamente. Denilson, médio dos gunners entre 2006 e 2011, fez um total de 153 jogos e assinou 11 golos. Distante do primeiro plano há alguns anos, depois de ter atuado pela última vez em 2021, pelo Brasil de Pelotas, o brasileiro vive, sobretudo, das memórias dos anos maravilhosos em Inglaterra. “Foram tempos formidáveis, trabalhei muito para lá chegar. Sou uma pessoa realizada. O Arsenal marcou a minha vida. A única tristeza foi não ter ganho um título!”, começa por relatar a O JOGO.
Num salto rápido para a atualidade, Denilson expõe a experiência nos duelos que travou com os dragões. “Hoje não acompanho muito o FC Porto e mesmo o Arsenal também não, mas fico nostálgico, bate a saudade, o gosto dessa época. Quando defrontei o FC Porto, era uma equipa muito forte, sobretudo na frente, com Hulk e Falcao. Lembrome também do Varela, do James no meio-campo... Mas nós fomos mais fortes e conseguimos superá-los. Sou muito grato ao que o Arsenal fez por mim e dou-lhe o meu apoio nesta eliminatória”, refere o brasileiro, ou não fosse ex-jogador do clube.
O médio, que chegara à Europa proveniente do São Paulo, perdeu das duas vezes no Dragão, por 2-0 e 2-1, mas, desde a Paraíba, guarda memórias para a vida do recinto portista .“O estádio era maravilhoso, gigantesco, realmente lindo! Para correr era difícil, era muito espaçoso. Gostei muito de ter jogado nesse estádio e de ter defrontado o FC Porto”, garante, rendido ao capitão que mora na Invicta. “Olho para o FC Porto e sei que está aí o Pepe, com 40 anos, jogando a alto nível. Isso é de uma admiração brutal, exalta o seu profissionalismo. Vejo outros brasileiros com ótima evolução em Portugal, como Pepê e Evanilson. Fico muito feliz e estes jogos vão ser bons para eles, estão confiantes. Vai ser um jogo difícil para as duas partes. Puxo por todos os brasileiros, mas no final quero é que passe o Arsenal”, afiança.
Leituras de Henry e as ideias de Wenger
O médio brasileiro descreve a aventura em Highbury como algo excecional, muito por culpa de um treinador catedrático e um plantel galático. “Vivi momentos espetaculares com um treinador que está no top-5 da história. O Wenger foi fabuloso, mas depois estava com Gilberto, Henry, Van Persie, Fàbregas, Ljungberg... Eram muito diferenciados. Agradeço muito essa jornada bem feliz”, explica. “Adorei o Henry. Por sua vez, Gilberto Silva foi um grande jogador e amigo. Ajudou-me imenso desde a minha chegada ao Arsenal. Falava, informava-me, corrigiame dentro do campo. Já o Henry não era de ficar muito tempo a fazer coisas incríveis no treino. Preferia ir às massagens ou ler um livro. Mas nas quatro linhas rebentava a escala e ajudava imenso a resolver jogos”, recorda, aprofundando a marca do técnico francês, que durou 22 anos no cargo da equipa da zona Norte de Londres. “Ser treinado
“Dragão era gigantesco, para correr era difícil, muito espaçoso. Adorei esse estádio” Denilson Antigo médio do Arsenal
por Wenger foi a melhor sensação que tive na minha carreira, não só pelo trabalho no campo e as ideias, mas também fora do campo, pela sua preocupação connosco a cada dia. Depois era o primeiro a chegar ao clube e o último a
“Vejo que está Pepe com 40 anos, isso é de uma admiração brutal. Vejo ainda a evolução de Pepê e Evanilson” “No Arsenal vivi momentos incríveis com um técnico que está no top-5 de sempre”
Denilson Antigo médio do Arsenal
sair. Estávamos lá para treinar entre as 10 e 11 horas e ele já tinha chegado às 7 horas. Era uma pessoa incrível e passei por um Arsenal em que esses grandes jogadores viviam mais para o clube do que para as famílias”, conta.