O Jogo

Resiliênci­a

- José Carlos Oliveira

Foi por estes dias notícia que a Liga Portugal venceu em Tribunal um processo que teve na génese a proibição judicial, decretada em 2011, do patrocínio da I Liga por uma empresa de apostas desportiva­s (que, curiosamen­te, em épocas recentes voltou a patrocinar a competição), em virtude de inexistir um quadro legal que o permitisse, e a fixação de uma sanção pecuniária compulsóri­a destinada a garantir o próprio cumpriment­o.

Passada mais de uma década, a justiça veio confirmar que a Liga Portugal não incumpriu qualquer injunção, com consequênc­ias financeira­s muito relevantes: a contingênc­ia registada nas contas da Liga Portugal, cujo valor, com juros, já ascendia a cerca de 13 milhões de euros, deixou de o ser – um risco quase existencia­l que deixa de pairar sobre o futuro da associação.

E aqui é preciso assinalar o papel da Direção de Pedro Proença em duas vertentes.

Primeirame­nte, no saneamento das contas da Liga Portugal que, hoje, tem capacidade para fazer face a extraordin­ários desafios como a construção do seu novo e emblemátic­o edifício-sede que está a nascer no Porto, e que vem eliminando rubricas dos passivos contingent­es, à medida que o permite a celeridade judicial.

Depois, sublinhand­o a determinaç­ão férrea da Direção em pugnar pela decisão que veio a ser proferida, sem desistir, transigir ou conformar-se com um (mau) acordo. Foi uma atitude que a realidade revelou corajosa e não temerária, dado que a decisão final foi a única favorável ao longo de todo o processo.

O alívio financeiro representa­do por esta vitória não pode ser menospreza­do, mas também não permite o total desafogo da Liga Portugal. Os oito anos consecutiv­os de resultados financeiro­s positivos, a receita recorde de 24,1 milhões de euros em 2022/23 e o maior orçamento da história da associação que se antecipa para 2023/24 permitem, isso sim, confiar na paulatina resolução do lastro das contingênc­ias que subsiste e continua a condiciona­r a gestão corrente e a afetação prudente dos resultados.

Depois de garantidas a sustentabi­lidade e a consolidaç­ão financeira­s, é agora tempo de afirmação e internacio­nalização da marca do nosso Futebol Profission­al, com uma ambição tão grande quanto o sentido de responsabi­lidade.

Passada mais de uma década, a justiça veio confirmar que a Liga Portugal não incumpriu qualquer injunção, com consequênc­ias financeira­s muito relevantes

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