O Jogo

Brehme traído pelo coração

Autor do golo que decidiu o Mundial’90 não resistiu a uma paragem cardio-respiratór­ia. Tinha 63 anos

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Bayern de Munique, Inter de Milão e até clubes que não represento­u, como o Real Madrid, homenagear­am o antigo lateralesq­uerdo, que marcou uma era na seleção alemã.

BRUNO VENÂNCIO

Pouco mais de um mês após o faleciment­o de Franz Beckenbaue­r, morreu agora o autor do golo que deu o Mundial’1990 à seleção alemã orientada pelo Kaiser: Andreas Brehme. Aos 63 anos, o antigo lateral-esquerdo alemão não resistiu a uma paragem cardio-respiratór­ia.

O nome de Brehme ficará para sempre marcado na história dos Mundiais por ter convertido em golo o penálti (polémico e ainda hoje contestado pelos argentinos) que deu o terceiro título à Mannschaft em 1990, diante da Argentina (1-0). O defesa nascido em Hamburgo obteve assim a desforra perfeita, quatro anos depois de ter perdido a final precisamen­te frente a Diego Maradona e companhia, então no México (2-3).

Ao todo, represento­u a seleção alemã em 86 ocasiões (entre RFA e Alemanha unificada), apontando oito golos. Além desses dois Mundiais, atuou ainda no EUA’1994 e em três Europeus (1984, 88 e 92), tornando-se um nome incontorná­vel na história da

Mannschaft.

Ao longo do dia de ontem, foram inúmeros os clubes a manifestar o pesar pelo desapareci­mentofísic­odeBrehme – inclusive alguns que nunca represento­u, como o Real Madrid, que o descreveu como uma “lenda do futebol alemão e mundial”. “Teremos sempre Andreas Brehme no nosso coração – como campeão mundial e ainda mais como uma pessoa muito especial”, declarou o Bayern Munique. “Um jogador magnífico, um grande interista. Adeus Andy, para sempre uma lenda”, escreveu o Inter de Milão.

Também o presidente da FIFA não escondeu a consternaç­ão. “Estou com o coração partido. Ainda no mês passado, estivemos juntos em Munique para homenagear a vida do grande Franz Beckenbaue­r. Era uma pessoa muito especial, uma figura icónica do futebol mundial e um dos meus ídolos”, escreveu Gianni Infantino no sítio oficial do organismo. “Não consigo acreditar. O Andi foi o nosso herói no Mundial, mas foi muito mais do que isso: era um amigo próximo até hoje”, revelou Rudi Voller, colega de Brehme e atual director-desportivo da selecção alemã.

“Era uma pessoa muito especial, uma figura icónica do futebol”

Gianni Infantino Presidente da FIFA

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Andreas Brehme marcou uma geração nas décadas de 80 e 90 do século passado

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