“UM ‘GENTLEMAN’ DE TRATO FÁCIL”
Treinador portista lamentou a perda de uma “inspiração para todos” e responsável pela sua estreia na Seleção Nacional
“Quis o destino que nos deixasse na véspera do aniversário da organização que ajudou a fundar, sendo da mais inteira justiça,prestar-lhe a mais sincera homenagem” Joaquim Evangelista
Presidente do Sindicato dos Jogadores
“Sentimos e sabemos do teu exemplo de Campeão, Homem, Jogador e Treinador, que chegou e partiu maior do que tudo e todos” Carlos Queiroz Treinador
“Quando fui para o Benfica, fiz um pouco aquilo que fazia na minha vida priva- da, em termos de gestão, e fui à procura do treinador português com melhor currículo. E era o Artur Jorge”
Manuel Damásio Ex-presidente do Benfica
“Tive o azar de magoar-me duas vezes e à terceira fui internacional, nas Antas, com ele”
Sérgio Conceição Treinador do FC Porto
“Lutou pela liberdade em relação àquilo que foi uma viragem muito grande, quando da formação do Sindicato [dos Jogadores] em Portugal e o fim do direito de opção”
Toni Antigo companheiro no Benfica
“Neste momento difícil e em nome de toda a Família Belenense, os Órgãos Sociais do Clube endereçam as mais sentidas condolências” Comunicado do Belenenses
Sérgio revelou que foi a cunhada do Rei Artur que o lançou no futebol, aos 9 anos, e diz que são merecidos todos os elogios feitos “ao primeiro treinador português a ganhar uma Liga dos Campeões”.
Foi com emoção que Sérgio ●●● Conceição reagiu à morte de Artur Jorge, o segundo treinador com mais títulos ao serviço do FC Porto e o responsável pela estreia do homem do leme portista na Seleção Nacional. Mas as ligações não fi
cam por aí já que quem o lançou no futebol, aos 9 anos, foi a cunhada do ex-selecionador. “É uma perda enorme para o país, para o futebol, para o desporto em geral e, mais concretamente, para o FC Porto. Primeiro, queria enviar um abraço sentido a toda a sua família da minha parte, do grupo de trabalho, da minha família também, porque houve muita ligação entre mim o senhor Artur Jorge na minha primeira convocatória para a Seleção Nacional. Tive o azar de magoar-me duas vezes e à terceira fui internacional, nas Antas, com ele [contra a Ucrânia, a 9 de novembro de 1996]”, referiu em declarações ao Porto Canal.
Conceição lembrou que se trata “de um treinador que está no top-3 de títulos, de jogos feitos a comandar a equipa do FC Porto” e, por isso, “é
uma perda grande para todos”, referiu antes de recuar ao seu tempo de menino. “Tenho um afeto especial porque a pessoa que me lançou aos 9 anos, na Académica, foi a professora Filomena, que era cunhada do senhor Artur Jorge, que são de Coimbra, conheço os sobrinhos, joguei com eles... Ou seja, tinha uma grande ligação a esse nível e, sinceramente, estamos todos tristes”, insistiu, ficando com as “memórias de um grande homem, um grandíssimo profissional e o primeiro treinador português a ganhar uma Liga dos Campeões.”
Conceição falou depois da vida de Artur Jorge fora das
quatro linhas e da diferença de estilosnacomunicação...“Não tive a possibilidade de ir a casa dele, mas sei de pessoas amigas, até porque o empresário dele desde sempre era o meu, e gostava muito de pintura, tem obras fantásticas e uma paixão enorme por isso. Era um”‘gentleman”, alguém de trato fantástico. Não era, seguramente, o meu estilo, no sentido de ser um bocadinho mais efusivo a passar a minha mensagem. Ele era uma pessoa muito tranquila, muito calma. Foi uma inspiração para todos. Adorei trabalhar com ele na Seleção Nacional, conheci-o também um bocadinho fora do futebol e não é por ele partir que vamos de elogio fácil. Nada disso. É merecido tudo o que disse e o que as pessoas dizem do Artur Jorge”, concluiu.