O Jogo

IGUALDADE COM SABOR A GOLEADA

O Benfica cumpriu a obrigação e segue em frente na Liga Europa, mas não se livrou de muitos sustos em Toulouse. Valeu a inspiração de Trubin

- Textos NUNO VIEIRA

O Toulouse acabou por se revelar um adversário bem complicado, apesar de ser o 13.º da liga francesa. O Benfica aguentou momentos de massacre e saiu a sorrir, fazendo valer a vitória magra na Luz.

O Benfica continua o seu trajeto arrasador em França, voltando a superar um adversário deste país. A vítima foi o Toulouse, equipa que anda pelos lugares de baixo da Ligue 1, mas nem por isso se pode pensar que foi uma eliminatór­ia sossegada para as águias. Bem pelo contrário.

Se no encontro da primeira mão, na Luz, já tinham emergido algumas dificuldad­es para a turma encarnada, valendo os dois golos de Di María para carimbar um triunfo magro (2-1) mas que se revelaria muito proveitoso para o clube português, no tira-teimas de ontem, em Toulouse, o Benfica atravessou momentos delicados, com um verdadeiro assalto dos gauleses à baliza de Trubin, que começou logo nos primeiros minutos e prolongou-se, praticamen­te, até ao último apito do jogo.

Um olhar para as individual­idades de cada um dos lados levaria qualquer um a pensar que a eliminatór­ia seriam favas contadas para quem pode beneficiar de jogadores com reconhecid­os créditos como Otamendi, António Silva, João Mário, João Neves, David Neres, Rafa ou Di María, mas a verdade é que foram Desler, Spierings, Sierro, Donnum, Suazo e Dallinga a darem nas vistas e a assinalare­m clara superiorid­ade na partida desta segunda mão.

O Toulouse criou várias situações de golo ainda na primeira parte, mas verdade seja dita que duas das melhores até pertencera­m ao Benfica, primeiro com Di María, numa emenda, a errar o alvo por escassos centímetro­s, e depois, em cima do intervalo, com António Silva a aparecer isolado e ver o jovem guarda-redes Restes negar-lhe o golo com corajosa saída aos pés.

O intervalo, ainda assim, chegava com o Benfica a ter razões para estar feliz, pois nem era preciso recorrer à estatístic­a para se perceber que a superiorid­ade do Toulouse durante os primeiros 45 minutos foi evidente. Impunha-se, portanto, que Roger Schmidt procedesse a algumas mudanças na equipa, dando-lhe talvez maior agressivid­ade no meiocampo e procurando travar as investidas dos franceses pelas faixas, bem como salvaguard­ar que a bola não chegasse à zona de tiro, onde Sierro se revelava um verdadeiro perigo. Apesar de ter lançado um lateral esquerdo de raiz (Carreras) a render Morato e colocado em campo um avançado (Arthur Cabral) diferente do titular (Tengstedt), manteve-se a toada ofensiva do Toulouse, que foi criando cada vez mais lances de perigo junto da baliza do Benfica. O minuto 65 foi um bom exemplo de que os deuses estavam com os encarnados: Dallinga cabeceou e a bola, caprichosa­mente, foi devolvida pelo poste (se entrasse o lance seria anulado por fora de jogo) e logo a seguir Trubin fez uma defesa por instinto a negar o golo a Nicolaisen. Nessa altura, até Di María já defendia e Schmidt não resistia à tentação de lançar mais um médio (Aursnes) para estancar a avalancha gaulesa.

O ritmo não abrandou, Aursnes ainda tentou um golo candidato a Puskàs do meio-campo e o jogo fechou com uma estrondosa defesa de Trubin, a negar o golo a Sierro com uma estirada fantástica, um lance que evitou a derrota, o prolongame­nto e, porventura, a eliminação. Mas o Benfica segue em frente, soma pontos no ranking para Portugal e essa foi mesmo a grande boa notícia da fria noite de Toulouse.

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Grupo agradeceu apoio dos adeptos encarnados
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