Artur Jorge “O segundo golo do adversário é mau de mais”
O treinador apontou o dedo a erros individuais que precipitaram a saída do Braga da campanha europeia. Agora, o objetivo é correr atrás do terceiro lugar A equipa “trabalhou imenso”, mas o treinador entende que cedeu quando não podia, lapsos que a este n
CRISTINA AGUIAR
●●● O Braga desligou-se num momento crucial do jogo, segundo Artur Jorge, que não poupou os erros que facilitaram o segundo golo do Qarabag, já nas compensações do prolongamento.
O que lhe vai na alma?
—Desilusão, porque vínhamos com a intenção de ganhar o jogo e conseguimos, mas não conseguimos ganhar a eliminatória.
A equipa esteve melhor quando precisou de arriscar...
—Houve um momento em quetivemosdearriscar,quando estivemos com a eliminatória igualada. Acabámos, uma vez mais, por cometer erros que a este nível são impossíveis de contrariar. Não há treinador que consiga ficar satisfeito depois de ver isto e sofrer com isto.
Foi traído pela lógica defensiva?
—A equipa trabalhou, e trabalhou imenso, fez um jogo de coragem para ir em busca do resultado e, por momentos difíceis de explicar e de compreender, voltámos a cometer erros individuais que a este nível não possíveis; e com isso acabámos por ser penalizados com o desfecho. Não podemos, em momento algum, sofrer golos como sofremos. O segundo golo do adversário é mau de mais para o que é o comportamento de uma equipa que quer jogar para outros objetivos. É difícil de explicar...
“A equipa trabalhou, às vezes não tão bem, em busca do resultado” Artur Jorge Treinador do Braga
“Acabámos, uma vez mais, por cometer erros que a este nível são impossíveis de contrariar. Não há treinador que consiga ficar satisfeito depois de ver isto”
A equipa não sente conforto defensivo?
—Conforto ou não... não temos que desconfiar, temos de dar o nosso melhor, o máximo, e manter o foco, tenha o jogo 90 ou 120 minutos. Quando desligamos por algum momento, principalmente a este nível, pagamos muito caro.
Qual era a sua estratégia com o Pizzi, sem o Álvaro Djaló?
—Essa pergunta surge naturalmente pelo desfecho da eliminatória. Fizemos duas alterações na defesa para trazer frescura e procurámos manter os homens da frente, o Simon [Banza] e o Abel [Ruiz], porque precisávamos de fazer golos. O Pizzi é mais um jogador de ligação por fora, e o Roger, em sentido contrário, faria quase de terceiro homem na frente. Mas isto é o plano, a estratégia, o que preparámos. Dificilmente qualquer treinador controla os erros individuais. A equipa trabalhou, às vezes não tão bem, em busca do resultado. O segundo golo não o podemos permitir num momento em que está a terminar uma eliminatória. Não podem ser permitidos, porque acabam por deitar por terra o trabalho que foi feito pela equipa para discutir, como estava a fazer, esta eliminatória.
Já falou com os jogadores?
—Eles sabem que não é um problema de equipa, pelo que trabalhámos e pelo que procurámos. São alguns momentos em que não nos podemos desconcentrar, desligar a atitude comportamental, porque quando isso acontece ficamos sempre mais expostos e a equipa sente isso. Não foi isto que trabalhámos, não foi isto que merecíamos. Não podemos dar dois golos ao adversário.
A ambição mantém-se?
—Temos o campeonato nesta altura, com novo jogo para a I Liga perante um adversário forte [Boavista]. É a realidade que temos, deixar a competição pelo caminho e olhar só para o campeonato. Estamos a lutar pelo quarto lugar e a tentar chegar ao terceiro, é esse o nosso objetivo a cumprir na parte final.
“Eles sabem que não é um problema de equipa. São alguns momentos em que não nos podemos desconcentrar”
“Não foi isto que trabalhamos (...) Não podemos dar dois golos ao adversário”