O Jogo

Uchebo foi o primeiro a afiar garras no Braga

Desde que voltaram à elite, os axadrezado­s receberam os minhotos nove vezes na I Liga e com saldo vantajoso. Nigeriano tem memórias agridoces do Bessa

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O Boavista, mesmo com menos recursos, briga sempre a sério com o Braga e tem provocado constantes dissabores aos guerreiros, puxando dos galões de já ter sido vários anos o quarto grande de Portugal.

PEDRO CADIMA

Mesmo numa fase difícil, o Boavista tem razões para olhar de frente para o Braga, adversário com armadura de outra envergadur­a nos tempos que correm mas fraquezas recorrente­s no Bessa, sentindo o peso daquela que foi a quarta força grande em Portugal durante anos, até ao título alcançado em 2000/01, superando-sesucessiv­amentecont­ra os minhotos, que se estabelece­ram como rival maior à ditadura triunfal de FC Porto, Benfica e Sporting. Desde o regresso das panteras à I Liga, chega a décima receção aos guerreiros com saldo de três vitórias dos portuenses, quatro empates e só duas derrotas. Tudo começou com o frágil Boavista de 2014/15, vencendo ainda com plantel muito alicerçado em jogadores da II Divisão B.

Uchebo , figura que granjeava carinho singular nessa altura e um estilo muito peculiar, decidiu a contenda perto do fim. Ainda ativo na Nigéria, o avançado trocou algumas palavras com O JOGO, lembrando a sua passagem pelo Bessa, cinco golos em 2014/15

e uma segunda época para esquecer. “Desfrutei muito no primeiro ano, foi uma liga simpática para mim e Portugal um grande lugar na minha vida. Tive muito sucesso nessa época, essa vitória foi muito celebrada, e sei que clubes como Sporting e o Braga perguntara­m por mim. Não me deixaram sair. Nada mais foi igual”, lamenta o nigeriano, concretiza­ndo queixas que ficaram sobre a passagem pela Invicta, litígio bem conhecido e que fez com o Sindicato

acionasse mecanismos para proteger o atleta, que fora impedido de treinar. “Não entendi o que se passou, vários problemas apareceram, eu não fiz nada mas trataram-me mal, as relações complicara­mse, embora gostasse muito dos adeptos. Infelizmen­te não mantive contactos face a isso e tentaram cortar os laços de toda a gente comigo. Mandaram-me embora. Pelos problemas que tive em Portugal, não quis arriscar mais jogar na Europa. Estou feliz, a jogar, e

rodeado da minha família”, explica Uchebo, lembrando o que mais gostava de fazer. “Adorava cozinhar, dediquei muito tempo a cozinhar pratos nigerianos”, acrescenta o internacio­nal pelas Super Águias enquanto atuava pelo Boavista.Está,portanto,atento aos compatriot­as Chidozie e Bruno Onyemaechi, depositand­o esperanças de que continuem a vingar no Bessa. O central e o defesa esquerdo devem estar, aliás, de regresso ao onze, frente ao Braga.

“Desfrutei muito no primeiro ano, o país foi grande lugar para mim”

Uchebo Ex-avançado do Boavista

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Uchebo, que atualmente representa o Niger Tornadoes, em ação contra o Braga

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