O Jogo

Os confrontos de estilo entre equipas italianas e espanholas

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3Em Nápoles, basta ver como caminham pelo campo Kvaratskhe­lia e Osimhen para percebermo­s logo o estado da equipa. Se ambos estão conectados, rindo-se um para o outro, todo o onze sabe que vai estar ligado a jogo e mesmo que a exibição coletiva não seja a melhor, existirá sempre uma ameaça de perigo para os adversário­s.

O Barcelona de Xavi em busca duma saída numa época em que até o seu idolatrado ADN de estilo está a ser posto em casa (em vez de perceber por que ele não está a sair da melhor forma), sentiu isso na pele durante quase todo os 90 minutos, combatendo ao mesmo tempo a irregulari­dade que revela no decorrer da mesma exibição. Sentiu-se na forma como após mandar em campo, sobretudo enquanto Gundogan durou fisicament­e para colocar ordem tática em tudo a meiocampo, perdeu o controlo do jogo a partir de meio da segunda parte, até encontrar o golo que se tornou numa estranha espécie de companheir­o “anti-Midas” de Lewandowsk­i, antes exterminad­or.

4Ver, neste contexto, Iñigo Martínez a marcar Osimhen é quase um desafio impossível de cumprirse em todos os duelos entre eles, tal o olhar e movimentos mais velozes e felinos do nigeriano saindo de trás da máscara, o pode enganar a qualquer momento. Assim foi, quando o enganou, fugiu e marcou. Na maioria do tempo, porém, ainda pareceu com o fuso horário da CAN, sem as mudanças de velocidade que matam jogos. Tentar ganhar um jogo é, muitas vezes, uma ambição que abana com o plano tático que tem sobretudo como prioridade controlá-lo. Nestes dois primeiros choques italiano-espanhóis, esse sentimento atravessou as equipas do princípio ao fim.

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