O Jogo

AMBIÇÕES INTACTAS

André Sabino explica mudança dos sub-23 do Estoril para o cargo de diretor desportivo do clube de Torres Vedras, as apostas feitas e o contexto da mudança técnica

- PEDRO CADIMA

André Sabino assegurou dois títulos de campeão como team manager dos sub-23 do Estoril. Abriu portas para ser diretor desportivo do Torreense e vai procurando lançar bases para grandes feitos.

Associado a títulos nos sub-23 do Estoril, assim como à descoberta e lançamento de vários jovens, André Sabino é ohomemaque­maadminist­ração do Torreense confia para dar um toque de Midas. Clube de Torres Vedras está na luta pela subida, após quatro vitórias seguidas.

Para quem não o conhece, como foi o seu percurso?

—Na formação, tive passagens por Amora, Cova da Piedade e Almada. Aos 19 anos, fui para a Faculdade, fazendo o curso de Educação Física. Estagiei no Benfica, comecei depois como treinador e fui para coordenado­r-técnico do Recreativo Caalá, emAngola, um clube que jogava a Liga dos Campeões de África. Voltei para o Cova da Piedade, onde estive dois anos na Liga 2, num projeto em que assumi também a direção desportiva dos sub-23 e a equipa B. Seguiu-se, então, a transição para o Estoril.

E o que levou a aceitar o Torreense?

—Fui convidado em agosto com o objetivo de trazer ‘know how’, a experiênci­a dos anos passadosno­Estoril.Tenhoprocu­rado melhorar recursos, criar processos, bases e rotinas, investindo no dia-a-dia do clube para melhor estruturar e profission­alizar o Torreense. Criei um departamen­to de scout, criei o cargo de team manager profission­al e toda uma equipa enquadrada num perfil que definimos. A administra­ção também está presente, estamos a tentar deixar o clube autossuste­ntado para as exigências profission­ais. Estou aqui para ajudar nesse passo para que o Torreense possa ficar nesse patamar alguns anos, transforma­ndo-o em potência em várias vertentes. Vamos vendo melhores recursos e melhores pessoas.

Pesou o passado do clube que o convidou?

—Honrou-meoconvite­deum histórico. Desafiei-me e foi uma aposta ganha. Dentro das exigências e dificuldad­es, tem sido viagem ótima, uma visão mais futurista, fazer entender o negócio futebol na valorizaçã­o de ativos e nas condições certas para os potenciar, através de formas de trabalho.

A mudança de treinador, saída de Rui Ferreira e entrada de Tulipa, deixou evidente a mira cimeira?

—Acredito no processo e nas ideias, mas o resultado é a parte fundamenta­l; vivemos dele. Mas se tivermos um processo bem definido, sabendo o que queremos, sem nos desviarmos, atuando de forma transversa­l, as coisas estão mais perto de acontecer. Não vou falar dos resultados do Rui Ferreira como bons ou maus, entendemos naquela fase que era importante ter capacidade de agregar pessoas, uma ideia de jogo positiva, que fosse ao encontro das expectativ­as do clube e dos jogadores. O míster Rui Ferreira fez um ótimo trabalho, como está a fazer o Tulipa. Estamos satisfeito­s.

Estas quatro vitórias seguidas abrem luta pela subida?

—O Torreense está perfeitame­nte dentro do que foi projetado, estar entre os melhores e discutir jogos com qualquer equipa de cima. É um campeonato exigente, muito longo, as séries vitoriosas fazem a diferença.Asambições­estãointac­tas, estamos perto de quem sobe, é lá que queremos estar. Fizemos movimentaç­ões de mercado importante­s em janeiro, foi o clube da Liga 2 que trouxemaio­rvalordeme­rcado nos reforços, sem gastar. É essa a qualidade que queremos ver exposta em campo e numa resposta sempre competitiv­a da equipa. Temos de respeitar a adaptação, o entendimen­to da ideia de jogo, mas queremos olhar para trás e ver sucesso.

“Desafiei-me e foi aposta ganha, tem sido uma viagem ótima, com uma visão futurista”

Que tipo de abordagem fizeram no mercado?

—Fomos atrás de jogadores que sejam ativos e tragam rendimento desportivo, que possam almejar outros voos e dar retorno ao clube. Queremos que o Torreense seja visto por essa capacidade para ter os melhores e para os potenciar. Que seja capaz de contratar onde outros não conseguem chegar, sabendo identifica­r talento e reunir parceiros para trazer potencial para o clube.

André Sabino Diretor desportivo do Torreense

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