O Jogo

“Teria sempre de aceitar um convite do Barcelos”

Rui Neto regressou ao Óquei, cerca de ano e meio depois de ter saído, substituin­do aquele que, na altura, foi o seu sucessor, Paulo Freitas

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Treinador reencontro­u oito jogadores que orientou na primeira passagem pelos minhotos, Conti, Joka, Alvarinho, Danilo Rampulla, Dario Giménez, Luís Querido, Miguel Rocha e Vieirinha.

PEDRO GRANJA

Rui Neto, natural de Viana ●●● do Castelo, 55 anos, está de regresso ao Óquei, clube que já treinou entre 2020/21 e o início de 2022/23.

Por que aceitou o convite do Barcelos ano e meio depois de ter saído?

—De uma forma natural. O Barcelos foi o clube que eu tinha representa­do durante ano e meio, onde tinha sido bastante feliz, deixei aqui boas amizades. Um clube do qual gosto muito, e que também o represente­i como atleta. Portanto, se a oportunida­de de regresso surgisse, como surgiu, nunca poderia negar, teria sempre que aceitar, até porque é um clube com ambição e importante.

Costuma-se dizer que não se deve voltar a um local onde já se foi feliz. O Rui Neto já foi muito feliz no Óquei, ao ter sido o último treinador a conquistar um título, a Elite Cup. Não é um risco?

—Qualquer decisão que tomamos no desporto é sempre um risco. Mas eu volto para ser muito feliz e quebrar um bocado esse ditado. O que espero é que possa, de forma tranquila, ajudar o clube a atingir o patamar onde merece estar, e que, na realidade, está atualmente. Não posso deixar de frisar que o Paulo Freitas deixou o clube em todas as frentes e, no campeonato, não estando na posição que todos desejavam, nada está perdido.

Fez questão, na apresentaç­ão, de elogiar o antecessor. Vai aproveitar algum do trabalho de Paulo Freitas?

—A qualidade que o Paulo tem é óbvia, se não, não tinha passado por onde passou e não era o sele cio na dor nacional. Deixoutrab­alho feito no Sporting, ganhou aqui uma Taça CERS. Tive a oportunida­de de seguir quase todos os jogos do Óquei de Barcelos e às vezes é uma questão de a bola entrar ou não, de a mensagem passar ou não. Quando saí, também senti isso. Tinham tido dois anos muito bons e um mês horrível e que colocou tudo em causa. Cada treinador temos eu modelo de jogo, mas vou aproveitar algumas dinâmicas do Paulo, que não são muito diferentes­das minhas, masco mo meu cunho pessoal.

O plantel não é muito diferente de há ano e meio...

—Sim, tenho oito atletas da altura. Mas como lhes disse no balneário quando fui apresentad­o, eu sou, com certeza, a mesma pessoa, mas não sou o mesmo treinador. Porque tive que crescer com erros, que todos cometemos. Serei a mesma pessoa, mas ligeiramen­te diferente, não no trabalho de campo, digamos, mas noutras questões, para que, dentro do possível, não haja desgaste no relacionam­ento com os jogadores.

“Qualquer decisão que tomamos no desporto é sempre um risco. Mas eu volto para ser muito feliz em Barcelos”

Já foi selecionad­or, colocou o Barcelos no topo na sua primeira passagem, mas teve este tempo todo sem treinar. Não recebeu outros convites?

—Tive uma ou outra situação que entendi que não era aquilo que pretendia. Mas eu também costumo fazer interregno­s grandes, porque também me ajuda a refletir e desligar um pouco do hóquei em patins.

“Disse aos jogadores no balneário, na minha apresentaç­ão, que sou a mesma pessoa, mas não sou o mesmo treinador”

Rui Neto Treinador do Óquei de Barcelos

Mas ficou surpreendi­do com o convite do Barcelos?

—Não. Porque só quem não percebe um bocadinho de hóquei é que não pode reconhecer o meu trabalho aqui em Barcelos.

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