Dois candidatos parados e um à velocidade... da Luz
Com 33 pontos por disputar, está tudo em aberto no campeonato, a começar na luta pelo título e a acabar na guerra pela permanência.
OBenfica foi o grande vencedor da jornada 23 da Liga, que teve condimentos especiais para os encarnados ao verem os grandes rivais na luta pelo título escorregarem em terrenos movediços. O FC Porto derrapou em Barcelos, vendo fugir dois pontos já no período de compensação, com o empate a motivar forte reação de Sérgio Conceição, que não andará nada feliz com o rendimento da sua equipa, exceção feita, naturalmente, à vitória sobre o Arsenal na grande montra da Champions. Duas horas depois, o Sporting também não saiu de Vila do Conde com o largo sorriso que apresentou nos oito encontros anteriores, nos quais tinha sido implacável para com os seus adversários. O Rio Ave foi um opositor extremamente incómodo, marcou três golos e aos leões nem Gyokeres desta vez foi suficiente para Rúben Amorim levar os três pontos para Alvalade.
Consequência direta disso, o Benfica soltou das amarras do rival da Segunda Circular e isolou-se no comando da tabela, agora com dois pontos a mais mas com a condicionante de o Sporting ter um jogo a menos, aquele que terá de disputar em Famalicão. As águias de Roger Schmidt atropelaram o Portimonense com uma exibição à velocidade... da Luz, casa onde os encarnados já somaram 32 dos 58 pontos totais.
Na luta pelo quarto lugar, o Braga bem pode dar graças ao regresso de Banza, que teve o condão de fazer a equipa reerguer-se após uma fase negativa – não há coincidências –, em que foi seriamente ameaçado pelo vizinho Vitória de Guimarães. A turma de Álvaro Pacheco vacilou no D. Afonso Henriques diante de um Casa Pia que com Gonçalo Santos ao comando só sabe vencer, com os guerreiros a não facilitarem na sempre incómoda visita ao Estádio do Bessa, vencendo de forma clara com marca do goleador congolês, que se colou a Gyokeres no topo dos artilheiros do campeonato, com 17 remates certeiros. Há jogadores que, de facto, fazem toda a diferença.
Na cauda da tabela, a competitividade é a nota dominante. Entre o grupo dos oitavos classificados (Famalicão, Farense, Gil Vicente e Casa Pia, todos com 26 pontos) e o antepenúltimo (Portimonense, agora no lugar de play-off ) há apenas quatro pontos de distância, estando ainda embrulhados nesta guerra outras quatro equipas – Boavista, Estrela da Amadora, Estoril e Rio Ave. E a vantagem para os ocupantes das posições mais delicadas da tabela não pode deixar ninguém sossegado, pois Chaves (18 pontos) e Vizela (17) dão sinais de inconformismo e de não quererem já atirar a toalha ao chão. O último terço do campeonato promete ser bem animado.