“SOMOS FORTALEZA EM CASA”
Paulinho fez o primeiro golo na vitória sobre o Varzim (2-0), a primeira na fase de subida, que deixa a equipa no segundo lugar
O lateral-direito, que também pode jogar como central, mudou-se para o emblema da Tapadinha após seis épocas ao serviço do Real. Mudou com a convicção de que “podia fazer coisas bonitas”.
ANDRÉ BASTOS
Paulinho, 31 anos, começou a carreira de jogador no Benfica e passou depois pelo Real, o emblema mais marcante do trajeto, ao qual esteve ligado 12 anos, com o Loures pelo meio. A viver a primeira experiência no Atlético, o lateral-direito, que pode jogar como central e no meio-campo, estreou-se a marcar na vitória sobre o Varzim (2-0), a primeira na fase de subida, que deixou a equipa no segundo lugar, precisamente a posição em que terminou na etapa regular. Percurso do campeão do CdP nesta Liga 3 faz sonhar.
O Atlético teve a primeira vitória nesta fase de subida contra o Varzim. Com que sensações saiu do jogo?
—Tivemos a primeira vitória nesta fase e já trabalhávamos para ela há algum tempo, mas não estávamos a conseguir. Sabemos que os jogos nesta fase são todos equilibrados e difíceis. Melhorámos o que não fizemos tão bem contra o Alverca. Entrámos com atitude, tivemos a felicidade de marcar logo aos cinco minutos e o jogo, aí, torna-se diferente. Conseguimos não arriscar tanto, ponderar mais as decisões. Não criámos muitas oportunidades, mas as que criámos, concretizámos.
A estreia a marcar esta época foi especial para si?
—Já andava à procura deste golo há algum tempo. Felizmente consegui, e nesta fase ainda sabe melhor.
O Atlético terminou a primeira fase no segundo lugar e agora está nessa posição. A campanha da equipa está a ser uma
surpresa?
—Quem vê de fora acha que é surpresa. Para nós não é. Temos um grupo fantástico, com jogadores experientes, na Liga 3 e noutras ligas. Trabalhámos jogo a jogo e espero que consigamos fazer ainda mais e melhor.
Em que aspetos a equipa tem sido superior?
— O segredo tem sido o coletivo. Temos um coletivo muito forte. Trabalhamos muito dentro de campo, mesmo quando as coisas não estão a correr tão bem. O segredo é a união e a grande família que criámos.
Curiosamente, o Lourosa está em primeiro e chega a esta fase com um percurso parecido ao do Atlético. Que conclusão se pode tirar daqui?
—Quem acompanhou o Campeonato de Portugal no ano passado viu que Lourosa e Atlético fizeram uma temporada fantástica, com o Atlético campeão. As ligas em Portugal são muito equilibradas e por isso é que, por vezes, nas Taças existem surpresas, porque nas divisões inferiores há muita qualidade. O Lourosa conseguiu reforçarse bem, está a fazer uma campanha fantástica e isso é um bom sinal.
A equipa só perdeu duas vezes em casa para o campeonato. Esse poderá ser um fator importante?
—Quem ganha mais vezes fica mais perto de subir, ou fazer um campeonato melhor. Temos a felicidade de, em casa, sermos uma fortaleza e queremos que seja sempre difícil para as outras equipas. Há que continuar assim, e que sejam só essas duas as únicas derrotas. Seria sinal de que estamos a fazer pontos e a aproximarmo-nos dos lugares que queremos.
Que diferenças sentiu desta fase para a anterior?
—É um campeonato novo. Tudo se define no pormenor e trabalhamos durante a semana para falharmos menos. Quem estiver mais tempo concentrado vai conseguir melhores resultados.
Esteve seis anos ligado ao Real e mudou-se para o Atlético, o que o levou a escolher este clube?
—Estive 12 anos ligado ao Real, com uma interrupção. O grupo que foi formado levou-me a escolher este projeto. Tenho muitos colegas que já jogaram comigo anteriormente. Também gosto de quem está à frente do clube. Foi fácil decidir vir para o Atlético. Sabia que podíamos fazer coisas bonitas, e é isso que estamos a fazer.
Apesar de ser o primeiro
“Melhorámos o que não fizemos tão bem contra o Alverca. Entrámos com atitude e tivemos a felicidade de marcar logo aos cinco minutos”
ano, sente que já conquistou os adeptos?
—Dou tudo em campo e é isso que me define. Qualquer adepto gosta de ver um jogador que dá tudo pela camisola que veste. O feedback é positivo. Tenho feito bons jogos e pedem-me para continuar assim. Sou um jogador taticamente inteligente, tenho velocidade, bom cruzamento, sou forte no um para um defensivo. Jogo como central, lateral ou no meio-campo.
O futuro será no Atlético?
—Já tenho 31 anos. Ainda tenho mais três ou quatro anos pela frente a um nível alto. O futuro pode ser aqui, caso o clube assim o entenda.