O Jogo

“ESTRATÉGIA NÃO SE MANTÉM NO REGRESSO”

Lateral esteve no Estoril-FC Porto interrompi­do em 2017/18 e lembra a mudança de postura das equipas no reatamento do jogo. “Eles entraram com tudo para marcarem”, recorda

- FRANCISCO SEBE

Contexto do encontro de hoje com o Santa Clara “é diferente” daquele que o agora jogador do Trofense vivenciou há seis anos, mas as dúvidas são poucas. “Os momentos das equipas sofreram alterações”, nota.

O Santa Clara-FC Porto que será reatado hoje (16h00), em Ponta Delgada, não foi o primeiro jogo dos dragões a ser interrompi­do por fatores externos na “era Conceição”. Em 2017/18, época de estreia de Sérgio no leme azul e branco, o “filme” da deslocação ao Estoril, em janeiro e para o campeonato, parou a meio, fruto do abatimento de parte da bancada norte do Estádio António Coimbra da Mota. A ordem de suspensão da partida foi dada ao intervalo e esta só terminou mais de um mês depois. E quem vivenciou o episódio garante: é muito difícil que as equipas mantenham a estratégia perante um intervalo de tempo tão grande. “A estratégia não se mantém, muda mediante o que já se passou antes da interrupçã­o e os jogadores disponívei­s para a retoma”, explica, a O JOGO, Joel Ferreira, jogador que defendeu as cores estorilist­as nesse encontro. “Para nós, foi como a preparação para um novo jogo, até porque no tempo que passou entre as duas partes tivemos várias baixas por lesão. Fomos obrigados, inclusive, a recorrer a adaptações. Mas o treinador [Ivo Vieira] manteve o discurso, isso não se alterou”, recorda Joel, atualmente ao serviço do Trofense (Liga 3).

O lateral direito, aliás, foi um dos que já não alinhou no reatamento – os regulament­os permitem alterações mediante comprovati­vo de lesão –, no qual o Estoril entrou em vantagem (1-0). “Causou-nos frustração. Desde logo pelo contexto. Estávamos a vencer e extremamen­te motivados. A interrupçã­o quebrou esse espírito. Eu, por exemplo, joguei a primeira parte e a segunda não, porque tive uma lesão. Entrámos com a mentalidad­e de segurar o golo de vantagem e o FC Porto voltou com tudo, para marcarem e dar a volta”, prossegue o defesa, de 32 anos.

Os dragões, recorde-se, acabariam por dar a volta ao resultado (3-1), com golos de Alex Telles e Tiquinho Soares (bisou). “Apareceu-nos um FC Porto extremamen­te agressivon­o reatamento, muito pres si onan te. Não mantivemos a capacidade de ter bola, eles entraram

com tudo e foram 45 minutos sempre à procura do golo. Não conseguimo­s aguentara pressão. Ainda por cima, acabaram por empatar ainda cedo. Não há gestão de esforço e fadiga, porque é um período de jogo mais reduzido, naquele jogo, só de 45 minutos”, detalha Joel Ferreira, que, ainda assim, ressalva a diferença de contexto entre esse EstorilFC Porto e o duelo de hoje, que

volta a opor os azuis e brancos ao Santa Clara. “É sempre difícil de prever se vai acontecer uma situação semelhante à nossa, porque, desta vez, o jogo vai recomeçar com 0-0 no marcador. A realidade não muda muito e até podemos ver abordagens semelhante­s, mas os próprios momentos das equipas sofreram alterações... Nunca é a mesma coisa”, reitera Joel.

“Tivemos várias baixas por lesão e até recorremos a adaptações”

Joel Ferreira Jogador do Trofense

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Encontro de 7 de fevereiro foi interrompi­do devido ao mau tempo nos Açores
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