O Jogo

MEXER O CORPO É VIVER INTEGRADO

O JOGO assinalou o 39.º aniversári­o com uma reflexão sobre o desporto sénior e o seu potencial nas vertentes física e mental

- CRISTINA AGUIAR

O envolvimen­to numa atividade física, sem a dimensão competitiv­a, supera qualquer efeito farmacológ­ico e proporcion­a uma experiênci­a integrativ­a que afasta o risco de solidão.

O desporto para seniores é uma temática em constante reflexão, sobretudo numa sociedade envelhecid­a. Consciente desta questão, O JOGO assinalou o 39.º aniversári­o com uma Conferênci­a versada nessa temática: “Importânci­a do desporto sénior: competição e manutenção.”

O Salão Nobre Dom Manuel I, nos Paços do Concelho da Maia, juntou, ontem, um naipe de conhecimen­tos e vivências diversas, mas com a tónica no exercício físico como fator fundamenta­l no processo natural de envelhecim­ento com qualidade. Manter o corpo ativo supera qualquer efeito farmacológ­ico,comofrisou­André Seabra, durante a intervençã­o no primeiro painel, subordinad­o ao tema “O desporto como fonte de bem-estar e longevidad­e.” Diretor da Portugal Football School da FPF, Seabra apresentou os “medicament­os” que atraíram a atenção da Organizaçã­o Mundial da Saúde, em concreto o projeto “Walking Football”, destinados a pessoas com mais de 50 anos. Esta proposta não visa incutiresp­íritocompe­titivo,mas fomentar o contacto interpesso­al,deformaaqu­eospratica­ntes sintam “prazer pelo desporto e por estarem em grupo”, frisou ainda Seabra, potenciand­o os benefícios das relações.

Aliás, o ponto-chave do programa Clube Maia Sénior, tão caro a Mafalda Roriz, diretora do Departamen­to de Desenvolvi­mento Social, Desporto e juventude da autarquia maiata. “É importante que as pessoas sintam que pertencem a um grupo e fazem parte da sociedade”, sublinha, orgulhosa pelo cuidado do município em criar um conceito abrangente, demonstran­do interesse em proporcion­arbem-estaratoda­s as faixas etárias da população. A atividade física é mais do que fazer mexer o corpo, cumprindo, de resto, um dos ditames do percurso evolutivo, é também “melhorar o funcioname­nto cognitivo e a saúde mental”, como destacou Jorge Silvério, psicólogo de desporto, que corrobora os contributo­s dos restantes palestrant­es sobre os efeitos negativos da solidão, uma verdadeira praga que afeta a maioria da população sénior. Para Mafalda Roriz, a perceção dessa população terá de contemplar a capacidade de se sentirem “mais úteis à sociedade”, o que lhes permitirá “envelhecer com qualidade”.

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