O Jogo

Faltam apoios para os masters

A categoria de desporto veterano está em cresciment­o e no andebol até dá medalhas europeias

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“O que mais me custa é ver os erros que estão a fazer. Não adianta chamar-lhes a atenção, porque todos sabem tudo”

Fernanda Ribeiro Antiga atleta olímpica

“É importante que as pessoas sintam que pertencem a um grupo e que são úteis”

Mafalda Roriz Diretora do Departamen­to de Desenvolvi­mento Social, Desporto e Juventude CM Maia

“É importante que as pessoas sintam o prazer de estarem envolvidas numa prática desportiva”

Pedro Soares

Diretor da AF Porto

O futebol aqui também é rei, como demonstrou Pedro Soares, diretor da AF Porto, que prefere que este segmento desportivo tenha uma vertente mais lúdica e também outra visibilida­de.

As competiçõe­s de masters têm cativado cada vez mais interesse e adesão. A questão que se colocou, ontem, na III Conferênci­a d’ O JOGO foi no sentido de perceber como tornar este segmento do desporto sustentáve­l. Uma coisa ficou clara: precisa de investimen­to publicitár­io e incrementa­r a receita. Pedro Soares, diretor da AF Porto, prefere que o “caminho seja menoscompe­titivo”,demodo a consolidar “uma vertente mais lúdica”.

A expansão da categoria de veterano de futebol é um fenómeno com contornos distintos à experiênci­a de Luís Camarinha no andebol e de Rui Borges no atletismo. De qualquerfo­rma,estesegmen­to desportivo tem um enorme impacto em atletas que terminaram o desporto de alto rendimento e até amador. Já Luís Camarinha apela a uma reestrutur­ação do modelo, por forma a que o atleta “deixe estar a viver ‘do’ e passe a viver ‘para’ o andebol”. Ou

seja, propõe uma redução da carga de jogos que ocupam, atualmente, 16 fins de semana. Apesar da popularida­de dos masters, Camarinha refere que “é muito difícil arranjar patrocínio­s” e pergunta: “Quantas medalhas europeias em masters tem Portugal, alguém sabe?”. Pois, a resposta ficou pendente, mas Camarinha elucidou: “Portugal participa nos europeus de masters em andebol, desde 2015. Foram nove temporadas e temos nove medalhas: seis primeiros lugares, dois segundos e um terceiro”.

É, de facto, significat­ivo, porém, reforça Luís Camarinha, “se a comunidade desportiva não sabe disso, como é que as empresas vão patrocinar?”

Outra questão pertinente para a qual a única resposta é... “comunicaçã­o... divulgação”, disse Camarinha, apresentan­do um breve relatório de custos: “Para o Europeu, na Finlândia, foram precisos 30 mil euros só para uma semana para 22 pessoas... é muito difícil ir buscar medalhas”.

Rui Borges, presidente do Maia Atlético Clube, vê um “fenómeno viável” e aproveita para lançar o desafio no sentido de “criar mais estruturas, recintos para a prática”. A proposta “não é direcionad­a apenas às autarquias, mas também aos clubes e federações”, aponta o dirigente, ambicioso, já que pretende que o clube maiato “cresça no feminino”.

André Seabra Diretor da Portugal Football School

“A atividade desportiva favorece um melhor funcioname­nto cognitivo”

Jorge Silvério Psicólogo de desporto

“Queremos os masters mais como um convívio e menos competitiv­o”

“Nos masters cada um paga o seu. É muito difícil encontrar patrocínio­s”

Luís Camarinha Diretor desportivo

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Painel com Pedro Soares, Luís Camarinha, Rui Borges e José Neto

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