“Deviam aumentar os estrangeiros”
Mauro Jerónimo reflete sobre o futebol que apalpa no Vietname, o jogador tipo, os tiques dos técnicos, os defeitos organizacionais, falando ainda das dinâmicas de clubes assentes em poder político.
Técnico traça um diagnóstico do futebol no país.
Quais as marcas próprias do futebol vietnamita?
—O futebol no Vietname tem um misto de jogo muito rápido, em termos de contra-ataque e ataque rápido, e o jogo mais direto. O jogo rápido vem da qualidade dos seus atletas e o mais direto vem, por estratégia, dos treinadores locais, pois a maioria dos avançados são estrangeiros, altos e muito fortes no jogo aéreo. Tanto a primeira liga, como a segunda, até as academias, têm tido um grande desenvolvimento e investimento por parte de empresas locais e do Governo, o que faz com que os clubes continuem a desenvolver o futebol jovem, e as equipas seniores possam ter mais condições de trabalho. Mas existem algumas limitações que não ajudam a progressão: o uso de apenas três estrangeiros por equipa na primeira liga, e na segunda liga nem sequer é permitido. Todos os jogadores da seleção jogam no país, o que não ajuda, quando defrontam grandes da Ásia como Japão, Coreia ou Irão. Falta abrir portas a mais estrangeiros e falta potenciar a saída de vietnamitas para fora. Outro problema é um calendário com muitas paragens. Para além dos FIFA Days, há mais duas competições que páram a Liga e temos três ou quatro pré-épocas.
Os projetos dos clubes têm base económica e política ou impera a tradição?
—A grande m aio riaécontrolad apelo governo lo calde cada cidade. Na primeira liga só o HMC FC, Hanoi FC, e Gia Lai são detidos por empresas privadas. Sendo um país comunista, o governo envolve-seno futebol. Cu rios oé existirem sponsors privados a investir dinheiro nos clubes do governo. A maioria dos projetos pede resultados, sem muita preocupação com missão a longo prazo, e isso cria instabilidade. Há algo a melhorar, vê-se maior sinergia entre futebol jovem e futebol sénior. Há uma grande discrepância salarial entre os jogadores estrangeiros e os locais, mas vão aparecendo contratos milionários para vietnamitas.