O Jogo

39,6 M€ de Otávio no topo das mais-valias

Verba encaixada pelo FC Porto com a transferên­cia do médio para ao Al Nassr superou o do negócio de Vitinha com o Paris Saint-Germain

- BRUNO FILIPE MONTEIRO FRANCISCO SEBE

Dragões adquiriram mais 35% do passe de Samuel Portugal, amealharam 800 mil euros com a venda de Tomás Esteves e gastaram 2,3 M€ em encargos adicionais com Alan Varela e Nico González.

Foi já bem perto das 22 horas de ontem que o FC Porto depositou, na CMVM, o relatório e contas consolidad­o do primeiro semestre, cujo resultado positivo de 35 milhões de euros (M€) havia sido anunciado no dia 19. O documento detalha algumas as operações de mercado realizadas até 31 de dezembro, com destaque para a venda de Otávio ao Al Nassr, realizada pelo valor global de 60 M€, gerando uma mais-valia de 39,6 M€. A verba, note-se, é a mais alta de sempre encaixada pela sociedade azul e branca com passes de jogadores, suplantand­o os 35,476 M€ que resultaram do negócio da transferên­cia de Vitinha para o Paris Saint-Germain, em junho de 2022.

Em matéria de gastos com aquisições, o FC Porto entregou mais 1,5 M€ ao Portimonen­se pela aquisição de 35 % do passe de Samuel Portugal. Os dragões são agora detentoO res de 90 % dos direitos económicos do guarda-redes, que implicou um investimen­to total de 4 M€ desde setembro de 2022, sensivelme­nte metade do valor pago ao Boca Juniors e ao Barcelona por Alan Varela (8M€) e Nico González (8,4M€), respetivam­ente, negócios que tiveram encargos adicionais de 2,3 M€.

Sem prémios desportivo­s e de gestão relacionad­os com a temporada anterior para pagar, os custos com o pessoal baixaram dos 51 M€ para os 43,1 M€ no último semestre de 2023, no qual as remuneraçõ­es dos órgãos sociais atingiram os 1,3 M€. Mesmo assim, a sociedade necessitou de realizar uma nova operação de “factoring” com o banco Internatio­nales Bankhaus Bodensee em dezembro, na quantia de 9,6 M€, sendo que os juros vencem em março.

Embora os resultados obtidos no primeiro semestre tenham sido positivos e os capitais próprios estarem agora próximos do verde, devido à reavaliaçã­o do negócio gerado pelo Estádio do Dragão, Pinto da Costa avisa na mensagem introdutór­ia que “a SAD do FC Porto não passou, de um momento para o outro, para uma situação financeira de desafogo”. De resto, o próprio auditor alertou para o valor do passivo corrente ser superior ao ativo corrente em 176 M€. “Estas condições indicam que existe uma incerteza material que pode colocar dúvidas significat­ivas sobre a capacidade do Grupo em se manter em continuida­de. Não obstante, (...) as demonstraç­ões financeira­s foram elaboradas no pressupost­o da continuida­de das operações, prevendo-se a manutenção do apoio financeiro das instituiçõ­es financeira­s e outras entidades financiado­ras, nomeadamen­te através da renovação e/ ou reforço das linhas de crédito existentes, bem como o sucesso futuro das operações de alienação de direitos de inscrição desportiva de jogadores, tal como previsto nos orçamentos de exploração e tesouraria”, alerta a empresa Ernst & Young.

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Fernando Gomes e Pinto da Costa anunciaram contas

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