Meia aula tática até Schmidt despertar
O Benfica saiu vivo de Alvalade, onde mora o excitante Sporting, mas a eliminatória podia ter ficado decidida. Schmidt acordou tarde, mas a tempo de estragar a aula de Amorim.
Emocionante, polémico e a merecer reflexão, o Sporting-Benfica de ontem terá continuidade na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal. Ou seja, não é uma história acabada. Mas é possível extrair algumas ilações interessantes. Desde logo, que Roger Schmidt considera que pode vencer o Sporting exatamente com o mesmo desenho tático com que goleou o Portimonense. O treinador alemão esteve até aos 61 minutos a sonhar com o conto de fadas de última jornada da Liga, até que percebeu que não chegava lá com os “sete anões”. Resolveu adicionar à história um “vilão” musculado, olhou para o banco onde tinha depositados vários milhões de euros em pontas-de-lança e decidiu lançar Tengstedt. Além de ter “anulado” um golo sensacional a Di María – Nuno Santos também viu, mais tarde, um fora-de-jogo retirar-lhe do prato a sua dose de Puskas –, a simples presença do dinamarquês revolucionou o jogo do Benfica, que passou a dividir com os leões, marcando até alguma superioridade, porque passou a pressionar com outra agressividade a partir da primeira linha de saída do Sporting. Até então, o desafio foi um passeio na escola do professor Amorim, que ofereceu uma aula tática ao treinador encarnado. Umas horinhas de trabalho de casa a estudar a postura do Rio Ave no passado fim-de-semana talvez tivesse dado uma ajuda a Roger Schmidt. Ou uma conversa, em inglês, com Luís Freire. No balanço intermédio, meia-final em aberto e a curiosidade de perceber se a equipa ontem derrotada revelará outra capacidade em novo teste de máximo risco, domingo, na casa de um FC Porto que saiu com um sorriso dos Açores.*