O Jogo

É algo ou nada

- Veludo Azul

Seria um jogo de “tudo ou nada” se houvesse um “tudo” a que se pudesse almejar. Assim sendo, é um jogo de algo ou nada, o que equivale a dizer que um resultado positivo vai decidir coisa nenhuma, mas mantém um fogo de dragão aceso pela aproximaçã­o aos lugares cimeiros. A perda de pontos, por outro lado, entrega mais do que o campeonato ou o segundo lugar: é a rendição final no acesso à Liga dos Campeões. Um empate ou uma derrota afasta todos os objectivos fundamenta­is e atira o FC Porto para o colo de uma batalha secundária, a do último lugar do pódio na companhia guerreira do Braga. É para evitar que o campeonato acabe nas águas de Março que o azul em branco entra em campo na noite de hoje. Não é por tudo mas é por algo. Algo é pouco para um clube que está habituado a ser campeão ou a lutar até ao lavar os cestos. Não é possível continuar a escrever o caminho desta temporada se tudo o que se possa fazer a seguir vier a suceder a mais uma perda de pontos num clássico. Há pouco tempo para causar uma terceira impressão e só os três pontos podem dar confiança para trilhar vitórias até ao fim da Liga e não trair a História de um clube que, não ganhando sempre, está sempre próximo de o poder fazer. A distância pontual, o fraco pecúlio em golos marcados, as arritmias permanente­s no futebol jogado. Mudar o “chip”, a tarde e a más horas, só vencendo e convencend­o.

Após a vitória nos Açores, o FC Porto tem como garantida a meiafinal da Taça de Portugal frente ao Vitória e uma boa possibilid­ade de disputar um clássico frente a Sporting ou Benfica no Jamor. Para evitar abordar essa eventual final com um sentimento de desforra, terá que vencer os dois jogos no Dragão frente aos seus dois principais rivais. O poder de fogo do Dragão não aquece nem arrefece sem estas duas vitórias. Mesmo que o Arsenal seja ultrapassa­do e a equipa rume aos “quartos” da Liga dos Campeões, o FC Porto não pode (nem vai) acabar a época

Um empate ou uma derrota afasta todos os objectivos fundamenta­is e atira o FC Porto para o colo de uma batalha secundária, a do último lugar do pódio

sem uma ou mais vitórias na Liga contra rivais directos. Se assim fosse, a última jornada em Braga já nem decisiva seria para o terceiro lugar.

Há razões de sobra para somar três pontos. A exigência que todos temos no FC Porto enquanto adeptos, informa-nos sobre a importânci­a de cada um, de cada voz, de cada suplemento de alma na bancada. Não há eleições internas em véspera de clássicos, muito menos qualquer acto eleitoral a decorrer em pleno estádio.

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