O Jogo

Caldo entornado no último cruzamento

O Real Madrid marcou aos 90’+10’ o que seria o golo da vitória, mas o árbitro apitou quando a bola ia no ar e a jogada já não teve validade

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Decisão polémica de Gil Manzano marcou uma partida em que o Valência chegou aos 2-0, respondend­o os merengues com dois tentos de Vinícius Jr. e um de Bellingham... que não contou.

RODRIGO CORTEZ

A deslocação de ontem do Real Madrid a Valência terminou com uma tremenda confusão resultante de uma decisão pouco habitual do árbitro. Com o resultado em 2-2, tudo começou quando, depois de terem sido dados sete minutos de tempo de compensaçã­o, o Real Madrid ganhou um pontapé de canto aos 90’+10’. O árbitro Gil Manzano começou por dizer que era a última jogada do desafio e depois da bola ser cruzada para a área, a defesa do Valência cortou-a. Brahim Díaz recebeu, voltou a centrar e, quando a bola já ia no ar, o árbitro apitou para o fim do jogo.

O problema é que, na conclusão desse centro, Bellingham cabeceou para dentro da baliza. O árbitro não validou o golo, com a justificaç­ão de ter apitado antes, o que gerou enorme contestaçã­o (e confusão) junto de si, decidindo-se este por um cartão vermelho a Bellingham. Carlo Ancelotti, o treinador, não perdeu a calma, mas não deixou de protestar junto do trio de arbitragem.

“É algo de inédito, porque depois do corte da defesa fomos nós a ter a posse de bola e o árbitro só devia parar o jogo se a posse fosse do Valência. Não há nada mais para acrescenta­r, o que posso dizer é que isto nunca me tinha acontecido na carreira”, começou por comentar o treinador do Real Madrid.

“O Bellingham disse-lhe ‘Fucking goal’ [foi golo, f...], mas não o disse como o insulto”, explicou depois, quanto à ordem de expulsão recebida pelo avançado inglês. “Se ele tivesse apitado quando o guarda-redes do Valência rechaçou a bola, tudo bem, mas deixou continuar e nós tínhamos a posse de bola. Creio que foi um erro”, afirmou o italiano.

Já o treinador do Valência, Rubén Baraja, considerou que tudo foi normal, uma vez que, no seu entender, o árbitro apitou ainda antes do cruzamento de Brahim Díaz.

Quanto a Vinícius Júnior, do Real Madrid, realçou: “Só não ganhámospo­rquenãonos­deixaram”. Este resultado pode permitir uma reaproxima­ção ao topo do Girona, que é segundo a sete pontos do Real Madrid, e joga hoje em Maiorca, podendo ficar a quatro.

A grande figura do jogo foi Vinícius Júnior, que começou por ouvir cânticos do público na sua direção: “Qué tonto eres [Que idiota és, n.d. r.]”, cantaram os adeptos em massa. O brasileiro (que já foi vítima de racismo naquele estádio) calou, mas vingouse da forma que mais doeu aos de Valência: com dois golos, ambos em remates efetuados já muito perto da baliza, um com o pé direito e outro de cabeça.

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Jogadores do Real Madrid perderam a calma perante a decisão de Gil Manzano

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