O TRIPLO SALTO É A NOSSA FELICIDADE
Bronze de Tiago Pereira no Mundial de pista coberta prolonga os êxitos de Évora e Pichardo. Coelho foi quarto nos 400m
“Já chorei, já gritei, já ri! Passei por isso tudo e ainda estou a cair em mim”, referiu o saltador do Sporting, que colecionava finais, mas nunca pódios. Portugal está a superar-se na pista de Glasgow.
“Estou muito feliz, por finalmente conseguir materializar em resultados o trabalho que tenho feito”
Tiago Pereira é lisboeta, tem 30 anos e um percurso cheio de semelhanças com o de Nelson Évora – também saltou em altura, foi treinado por João Ganço e agora trabalha em Espanha com Ivan Pedroso, está no Sporting e passou pelo Benfica... –, excetuando um enorme detalhe: as medalhas. Ontem, ao chegar ao bronze no sexto e último ensaio do triplo saltodoMundialdepistacoberta, em Glasgow, pode ter terminado com a malapata de ir a muitas finais e nelas ficar aquémdoquepretendia.“Acho que lancei aqui a minha candidatura ao pódio europeu, quiçá ao título”, comentou.
Pereira abriu a final com um nulo, garantiu a seguir a presença entre os oito melhores (mais três saltos) com 16,74 metros e continuou a fazer nulos até fechar com 17,08m, o seu melhor do ano (recorde pessoal de 17,11), e tirar do pódio o chinês Fang. À sua frente ficavam o favorito Zango (17,53)eoargelinoTriki(17,35), masoleãotornava-seumdigno sucessor de Évora (bronze em 2008 e 2018) e Pichardo (prata em 2022) na prova da felicidade portuguesa.
Curiosamente, enquanto o saltador preparava o seu momentodesonho,fez-sehistória nos 400 metros. João Coelho, comoterceirorecordenacional em dois dias (45,86 segundos), igualava o quarto lugar de Carlos Silva em 1995. “Estou muito feliz”, atirou o também leão, só incomodado por “ficar tão perto da medalha”. O jamaicano McDonald ficou a 21 milésimos, Doom e Warholm eram inalcançáveis.