O Jogo

Costinha: 20 anos do golo de sonho

Médio recorda em O JOGO o tiro certeiro em Old Trafford na caminhada da vitória da Champions 2004

- BRUNO FILIPE MONTEIRO

Cumprem-se hoje 20 ●●● anos do golo que muitos consideram ter lançado o FC Porto para a caminhada triunfal na Liga dos Campeões de 2004, apontado aos 90 minutos, por Costinha. Um momento épico que o antigo médio recorda em conversa com O JOGO.

Volvidos 20 anos, ainda consegue descrever as sensações do golo que marcou em Old Trafford?

—As sensações ficarão para sempre, porque é um jogo extremamen­te importante para a história do FC Porto pela forma como nos afirmámos em termos europeus, derrotando um dos grandes candidatos à vitória nessa prova, que era o Manchester United.

O posicionam­ento foi estudado?

—Este lance está cheio de coisas que passam muito pelas sensações dos jogadores. A única coisa que me recordo é de ver a bola sair, de ter a perceção de que os jogadores ficam a olhar para ela em vez dos jogadores que têm de marcar e de me conseguir libertar da marcação do O’Shea, contar com aquela defesa do Howard e empurrar a bola para dentro da baliza. Isso, para mim, foi o mais importante, porque deu ao FC Porto a possibilid­ade de passar mais uma eliminatór­ia.

Portanto, foi algo do momento... —Sim. Nós não somos robots, somos humanos, e gostamos, muitas vezes, de dar o nosso “apport” à equipa. Acho que é um bom complement­o para o treinador e, naquele caso, penso que foi um complement­o espetacula­r, porque saiu tudo bem, desde a saída da bola do pé do Benni [McCarthy], à recarga, à forma como atacámos a segunda bola, como fizemos o golo e nos qualificám­os para os quartos

de final.

Quando viu pela primeira vez o golo depois do jogo?

—Vi o golo no dia seguinte e fiquei muito feliz, porque o único jogo que não joguei nessa competição foi em casa com o Manchester United e sentia que tinha que dar a minha contribuiç­ão. E isso não significav­a só jogar, porque estávamos a perder. Tinha que ser jogar e tentar fazer algo mais. Se calhar, por isso é que decidi não ir para a barreira, como estava estabeleci­do, para tapar a visão do Howard, mas para dentro da área.

Foi o golo mais importante que marcou?

—Os dois golos mais importante­s da minha carreira são, segurament­e, este e o golo contra a Roménia pela Seleção [Euro’2000], porque esse também permite que tenha uma participaç­ão mais ativa na Seleção. Mas, em termos clubístico­s, posso dizer que é “o” golo. Ainda hoje muitas vezes digo ao meu filho: “O golo do pai é importante sabes porquê? Porque, no final, o FC Porto conquistou a Liga dos Campeões. Porque já existiram jogadores do FC Porto a marcar golos em Old Trafford e ninguém fala deles.

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Costinha soltou a festa portista em Manchester

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