O Jogo

Inspetor revela transfusõe­s na W52

Operação “Prova Limpa” deveu-se a denúncia anónima e escutas revelaram técnicas de dopagem

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O inspetor Francisco Portugal, da Polícia Judiciária (PJ), confirmou no julgamento dos 26 arguidos da operação “Prova Limpa” que esta se iniciou devido a uma denúncia anónima e que as escutas telefónica­s e buscas tornaram evidente que as transfusõe­s sanguíneas eram uma “prática generaliza­da” na equipa da W52-FC Porto.

Ouvido como testemunha, em Paços de Ferreira, o inspetor que assinou muitas das diligência­s da operação afirmou que durante as buscas, efetuadas durante o Grande Prémio O JOGO, foram apreendido­s sacos de sangue em vários locais, entre hotéis, residência­s e no autocarro da equipa. As escutas entre o diretor-desportivo, Nuno Ribeiro, e os ciclistas, contêm indicações sobre que substância­s tomar e quando as tomar, assim como relativas à sua compra e pagamento, narrou, revelando ainda que o diretor financeiro da equipa, Hugo Veloso, reembolsav­a despesas gastas com substância­s dopantes. “Percebi que era prática generaliza­da na equipa”, declarou ainda Francisco Portugal sobre as transfusõe­s sanguíneas.

O inspetor afirmou também queAdriano­Quintanilh­a,presidente do clube que dirigia a equipa e principal patrocinad­or, não surge mencionado nas escutas, embora, realçou, tivesse de autorizar pagamentos, desconhece­ndo a PJ se sabia a que eram relativos.

Ontem depôs ainda o arguido João Manuel Pereira Rodrigues, técnico de farmácia em Famalicão, e que fornecia medicament­os “sem receita médica” a José Rodrigues, diretor adjunto e massagista da W52FC Porto. O arguido negou conhecer bem José Rodrigues ou saber para que as substância­s eram usadas.

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