O Jogo

Doença e suas implicaçõe­s

Inglês fala das perda com o vício das apostas, que conduziram ao alcoolismo e à depressão

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Merson foi brutalment­e honesto em “Hooked” e explicou-nos a luta para sair das adições que lhe arruinaram o casamento, a família, casas e carros e o atiraram para sinuosos pensamento­s.

Paul Merson é mais um da elite britânica do futebol que mergulhou num mundo de perdição, fugindo da perseguiçã­o dos vícios, do álcool ao jogo, passando pela cocaína. No livro “Hooked” relatou os tropeções com a vida e as contas, o seu abismo e o reencontro com a pessoa que quer ser. Aos 55 anos, tem os demónios ultrapassa­dos, que o afligiram duramente após deixar de jogar, arcando comum a depressão, sufocando com pensamento suicidas .“Joguei imensos anos a alto nível, no Arsenal, no futebol europeu. Podia ter feito mais, algo podia ter sido diferente, sem a adição? Até posso pensar que sim, mas estive bem enquanto jogava e consegui grandes números. Era adito ao futebol, no campo era funcional”, informa. As apostas na pandemia foram a última descida ao inferno. “A carreira ajudou-me a passar por cima dos problemas, enfrentei o Milan do Maldini, após passar por suspensão de consumos. Mas tive a minha doença, a sua extensão mental, e foram sérias as implicaçõe­s. Perdi o respeito por mim mesmo, o vício custou-me casas, carros, o casamento e a minha pensão. Era uma grande desordem” acrescenta, mesmo assim, orgulhoso por se ter mantido à tona, sem ferir a pele de ídolo. “No campo cumpri e joguei bem, mesmo com os vícios consegui fazer coisas incríveis, até tenho o recorde de jogos consecutiv­os pelo Arsenal:82”, evidencia, reconhecen­do o contexto enraizado na cultura britânica, que se estende ao futebol e se mede em excessos, aqui falando da bebida, de Gazza, Adams, Sheringham, entre outros. “É uma cultura que existe, é um combate que tens de ter mais tarde ou mais cedo, para o qual tens de pedir ajuda. Hoje , os clubes conseguem fazer um trabalho fantástico que reduz os riscos. As coisas mudaram para melhor. A ajuda chega a tempo, antes de derrapares!”, conta.

“Com vícios fiz coisas incríveis. Tive a sorte de ser adito ao futebol e no campo ser funcional”

Paul Merson Ex-jogador do Arsenal

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