UMA “MENTIRA”3 QUE ASSENTA BEM AO LEÃO
DISPUTADO Arouca deu muito trabalho ao grande líder, o resultado é pesado e está longe de refletir o equilíbrio, mas o Sporting soube merecer a vitória. Já os números...
O comandante precisou de se aplicar para passar em Arouca, onde só descansou no fim, após os bonitos golos de Geny Catamo e Hjulmand, para lá dos 90’, depois de Gyokeres ter aberto cedo o marcador.
Se com o terreno pesado, longe da qualidade mínima para os jogadores apresentarem bom futebol em algumas zonas, a partida foi intensa e espetacular, imagine-se como seria com as condições ideais. Arouca e Sporting, no entanto, mostraram por que razão o futebol é um desporto de inverno e que é sempre possível tornar o espetáculo interessante, desde que as equipas sejam comandadas por treinadores competentes e arrojados. Para Rúben Amorim, naturalmente, ganhar é uma obrigação diária, mas para Daniel Sousa podia não ser exatamente assim, em função do que é a realidade do futebol português, só que o técnico é dos que privilegiam a estética do jogo, sem receio de o dividir, mesmo diante do comandante da Liga, que tem outros argumentos. Portanto, é o primeiro responsável pela incerteza que se manteve até ao apito final. Com trabalho e astúcia, o Sporting lá sossegou, finalizando o triunfo para lá dos 90’, o que não acontece por obra do acaso.
As mentiras são feias e evitáveis, mas também existem aquelas às quais não há volta a dar. O resultado, 0-3, é um exagero, de forma alguma reflete o que se passou em Arouca, é muito penalizador para a formação da casa. Mas, por outro lado, o triunfo assenta muito bem ao Sporting. Com Trincão a atravessar o melhor momento da carreira, o leão entrou forte e construiu ocasiões para marcar. Percebia-se, porém, que não jogava sozinho, porque o Arouca que se via em apuros quando o leão carregava, era o mesmo que procurava sair com critério para o ataque, à procura da brecha para lançar Jason ou Sylla, dois rapazes cheios de técnica e velocidade, sempre à procura de Mujica.
Nem o facto de o Sporting ter marcado primeiro, por Gyokeres, logo aos 19’, numa jogada tentada minutos antes, mas sem êxito, condicionou a estratégia dosar ou quenses.P elo contrário, foi em desvantagem, e forçando o recuo leonino,que os de amarelo descobri ramos caminhos para chegarà área contrária, ameaçando em duas ocasiões as redes de Franco Israel. O jovem substituto de Adán respondeu sempre bem, guardando a vantagem até ao intervalo.
Era muito difícil que a qualidade do jogo se mantivesse, em função do estado do relvado e do desgaste acumulado pelos jogadores. Mas só perdeu na estética, porque continuou a ser interessante e muito disputado. Com armas mais fortes no banco, Rúben Amorim soube congelar as unidades mais perigosas do adversário e a realidade é que o Sporting não criou tantos problemas após o intervalo. Quando o duelo começava a ficar tão enlameado como o campo, escorregadio para os leões, porque a vantagem era mínima, Amorim mudou, recuou um pouco as linhas, lançou Paulinho e controlou melhor o Arouca. O tempo deulhe razão, porque passou a haver mais espaço para as arrancadas de Gyokeres. Pressão alta só mesmo na saída de bola, com as equipas organizadas, porque qualquer descuido podia ser fatal. Desta leitura, bem a propósito, do treinador dos leões veio o sossego e a tal vitória por números enganadores. De contra-ataque rápido e um roubo de bola em zona adiantada o jogo acordou no fim, com dois grandes golos, de Geny Catamo e Hjulmand, que congelaram o sonho do Arouca.