O Jogo

“O plano de Conceição foi perfeito”

O’LEARY Histórico defesa do Arsenal deixa muitos elogios ao FC Porto e oferece leitura diferente da de Arteta dos méritos portista na primeira mão

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O homem com mais jogos pelo Arsenal, falou a O JOGO sobre os ingredient­es que fervem para a segunda mão, enaltecend­o como o técnico portista aniquilou fogo dos gunners no Dragão. PEDRO CADIMA

Bem à frente de Tony Adams e Lee Dixon, que completam o pódio, David O’Leary é o “senhor Arsenal”, antigo central, figura emblemátic­a da República da Irlanda, que fez 722 jogos pelos gunners, ao longo de 18 temporadas, de 1975 a 1993, assinando 14 golos. Destacou-se mais tarde como treinador do Leeds, anos em que o conjunto de Elland Road também brigava pelos postos da frente com Kewell, Viduka, Alan Smith ou Jimmy Hasselbain­k. Mais afastado do futebol, atualmente com 65 anos, O’Leary é um embaixador do Arsenal para quase todos os jogos europeus, costumando ser convidado para integrar a comitiva. Falhou a ida ao Porto por compromiss­os pessoais mas falou-nos sobre o jogo, o que viu, e o que ainda pode reservar esta eliminatór­ia. “Continuo a pensar que vai seguir em frente o Arsenal. Seria um choque isso não acontecer! Mas o treinador do FC Porto teve um plano de jogo excelente na primeira mão, o Arsenal não fez nada com a sua muita posse de bola, foi, em termos práticos, estéril. O FC Porto otimizou os seus recursos perante um Arsenal que circulou muito, mas rematou pouco. E foi feliz com um grande golo, perto do final. Parabéns ao seu treinador, que traçou um plano que correu na perfeição, todos os jogadores foram disciplina­dos a seguirem as instruções e o guarda-redes dominou exemplarme­nte a área nos lances de bola parada. Toda a gente fez um trabalho incrível nas suas posições”, elogiou O’Leary.

O antigo central antecipa já o que pode dar o jogo de Londres.

“O Arsenal vai ter de estar seguro, mas terá atacar muito mais, não podendo ser só um jogo de posse, tem de rematar e obrigar o guarda-redes a intervir. Não se pode contentar em jogar bem e não criar chances. E no Dragão foi o FC Porto que as teve, uma na primeira parte, nem entendi como não marcou nesse lance, e outra na segunda parte que resultou em cheio, quando já parecia que não ia haver qualquer golo. Fez-se magia, foi um golo soberbo”, sustenta o irlandês.

Ao contrário de Arteta, treinador do Arsenal, O’Leary não aponta o dedo ao cariz adotado pelos dragões a 21 de fevereiro. “Acho que o FC Porto tentou jogar, mas da sua maneira. Posso aceitar que jogaram mais com perfil de visitante, pois sabiam que o Arsenal era forte e defenderam com muita gente atrás da linha da bola. Mas faz parte do jogo, foi uma grande performanc­e defensiva, muito bem feita, espreitand­o o contra-ataque. Fizeram-no bem e pode ter sido o mais correto a fazer, ao lidarem com o Arsenal”, justificou o antigo central dos gunners, dirigindo elogios a Conceição e Diogo Costa. “Taticament­e foi um jogo perfeito e brilhante do FC Porto e do seu treinador. Sei que eleé muito respeitado peloslongo­s anos no clube, tenho de lhe tirar o chapéu em relação à preparação deste jogo. Gostei da equipa, mas posso destacar o guarda-redes, Diogo Costa, por um papel amplamente dominador em relação ao que e ramas intenções do Arsenal ”, avalia.

O irlandês, conhecedor de uma tradição azul e branca forte nas provas europeias, nunca adivinhou qualquer tipo de facilidade­s para a sua antiga equipa. “Antecipava uma eliminatór­ia dividida, mas acredito que o Arsenal pode fazer algo grande nesta prova. Nunca acreditei que fosse fácil, com o FC Porto nunca é fácil, bate-se sempre bem na Europa, não interessa tanto se está melhor ou pior a

“Arsenal vai ter de atacar muito mais e rematar. Não se pode contentar em jogar bem sem criar chances”

“FC Porto jogou, mas da sua maneira: ótimo desempenho defensivo”

“O treinador foi brilhante mas também gostei muito do papel do guarda-redes”

nível interno. É um clube sempre forte, com tradição na Europa, vários títulos, muito constante em sua casa, que requer cuidados. Contratam

bem, descobrem sempre grandes jogadores e fazem grandes treinadore­s. São sempre bem sucedidos”, reconhece David O’Leary.

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